Cardiologia
05 de Fevereiro de 2025

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Hipertensão Arterial e Qualidade do Sêmen: Estudo da USP Revela Impactos Desde a Juventude

Um estudo do Instituto de Ciências Biomédicas da USP (ICB-USP) revelou que a hipertensão arterial pode causar alterações precoces e persistentes na qualidade do sêmen, incluindo danos ao acrossoma, estrutura essencial para a penetração do espermatozoide no óvulo. Coordenada pelo professor Stephen Rodrigues, a pesquisa apontou que essas mudanças ocorrem já na juventude e não são totalmente revertidas por medicamentos anti-hipertensivos.

O estudo, publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature, analisou diferentes faixas etárias de ratos hipertensos, com resultados alarmantes: os danos à microcirculação testicular e à produção de espermatozoides persistem por toda a vida reprodutiva. "Mesmo exposições curtas a níveis elevados de pressão arterial são suficientes para causar danos irreversíveis", afirma Rodrigues.

Outro destaque da pesquisa foi a avaliação da eficácia de medicamentos anti-hipertensivos. A losartana, comumente usada, reduziu a pressão arterial, mas não reverteu os danos no sêmen. Já a prazosina mostrou efeitos mais promissores, reduzindo a pressão e corrigindo parte dos prejuízos reprodutivos.

Os pesquisadores agora planejam investigar o impacto da hipertensão no epidídimo e o papel de intervenções não farmacológicas, como a atividade física, na melhora da saúde reprodutiva. O estudo alerta para a necessidade de repensar o tratamento da hipertensão, considerando não apenas a sobrevida, mas também a qualidade da saúde reprodutiva masculina.

Por Redação Brazil Health

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