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Dermatite Atópica no Outono: Fatores que Agravam a Doença e Como Prevenir
A chegada do outono traz temperaturas mais amenas e ar mais seco — e para quem convive com dermatite atópica, esses fatores representam um alerta. A doença, que afeta entre 15% e 25% das crianças e cerca de 7% dos adultos, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), costuma ter surtos mais intensos nesta época do ano, devido ao ressecamento da pele e aumento de alérgenos no ambiente.
A dermatologista Mariana Scribel alerta: “As transições sazonais, como no outono, são períodos críticos para quem sofre de dermatite. A umidade do ar cai, a pele perde hidratação e a barreira cutânea fica comprometida, favorecendo inflamações e coceiras intensas”.
Sintomas e agravantes
Os principais sintomas da dermatite atópica incluem:
• Pele seca, escamosa e com textura áspera
• Coceira intensa, pior à noite
• Vermelhidão, feridas e descamação em áreas como rosto, pescoço, cotovelos e atrás dos joelhos
Durante o outono, esses sintomas podem se agravar com o uso de roupas pesadas, como lã e tecidos sintéticos, e com a poluição do ar, que contém partículas irritantes que afetam a pele sensível.
Outro fator que intensifica os sintomas é o estresse emocional, que aumenta a liberação de cortisol, prejudicando a imunidade da pele. “O estresse age como um catalisador da dermatite. A pele perde sua função protetora e se torna mais suscetível a infecções”, afirma a médica.
Desconhecimento sobre a doença
Mesmo sendo uma condição comum, a dermatite atópica ainda é subdiagnosticada. Pesquisa do Ipec mostra que metade dos homens e 56% dos jovens entre 18 e 24 anos desconhecem a doença. Esse desconhecimento dificulta a busca por tratamento e pode prolongar crises desnecessárias.
Dicas para prevenir e controlar
Para minimizar os efeitos da dermatite atópica durante o outono, Dra. Mariana Scribel recomenda:
• Hidratar a pele duas vezes ao dia, especialmente após o banho
• Usar emolientes sem fragrância e produtos hipoalergênicos
• Evitar banhos quentes e demorados
• Optar por roupas de algodão, evitando lã e tecidos sintéticos
• Evitar o uso de sabonetes agressivos e produtos com perfume
• Reduzir o estresse com práticas de relaxamento e sono adequado
• Procurar orientação médica para tratamento individualizado
“Com cuidados simples e orientação adequada, é possível manter a doença sob controle e melhorar muito a qualidade de vida”, finaliza a especialista. O diagnóstico precoce também é essencial para evitar complicações, como infecções secundárias e o desenvolvimento de outras alergias.
Por Redação Brazil Health