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Dia Mundial da Lipodistrofia: História de Superação e Vida Normal com a Doença
Conviver com a lipodistrofia é possível — e pode ser até leve — quando o diagnóstico vem cedo e o tratamento é bem conduzido. É o que mostra a história de Artur de Medeiros Queiroz, diagnosticado aos dois meses de idade com Lipodistrofia Congênita Generalizada, uma das formas mais severas da doença.
Natural de Caicó, no Rio Grande do Norte, Artur teve a sorte de contar com o olhar atento da mãe, que já conhecia casos familiares semelhantes. Essa precocidade no diagnóstico fez toda a diferença. “Minha única limitação é alimentar, mas consigo comer quase tudo que quero e ainda assim manter minha glicose controlada”, afirma o paciente, que desde 2016 utiliza metreleptina, hormônio essencial para o controle metabólico.
Desafios da infância e adolescência
A aparência física diferente, o apetite elevado e as restrições alimentares fizeram com que Artur enfrentasse exclusão desde cedo. Era alvo de bullying e evitado por colegas. “Às vezes, eu não era chamado para festas por comer mais que os outros. Já no Ensino Médio, me vi isolado por não consumir álcool”, relata. O apoio psicológico desde a infância foi fundamental para que ele lidasse com esses desafios.
Hoje, aos 33 anos, Artur leva uma rotina considerada “bem normal”. Sem limitações de locomoção ou cognitivas, mantém a glicemia sob controle e se adapta bem às exigências alimentares. Ele também toma medicação para diabetes desde os 18 anos.
Entendendo a lipodistrofia
A lipodistrofia é uma condição rara, marcada pela perda total ou parcial da gordura sob a pele. Pode ser congênita ou adquirida, com quatro subtipos principais:
. Lipodistrofia generalizada congênita: manifesta-se no nascimento ou na primeira infância, com perda de gordura em todo o corpo e alterações metabólicas precoces e graves.
. Lipodistrofia generalizada adquirida: surge na infância ou adolescência, com perda de gordura ao longo do tempo e agravamento metabólico progressivo.
. Lipodistrofia parcial familiar: aparece perto da puberdade, afeta principalmente a parte inferior do corpo e as alterações metabólicas surgem na idade adulta.
. Lipodistrofia parcial adquirida: afeta a parte superior do corpo e pode se desenvolver lentamente, com distúrbios metabólicos variáveis.
O diagnóstico é clínico, feito por um especialista, e pode ser complementado por testes genéticos. Em muitos casos, o tratamento envolve o uso de hormônio leptina, acompanhamento médico contínuo e suporte psicológico.
Mais visibilidade para a causa
Neste Dia Mundial da Lipodistrofia, histórias como a de Artur ajudam a dar visibilidade a uma condição ainda pouco conhecida. Elas reforçam a importância do diagnóstico precoce, do acesso a medicamentos e do combate ao preconceito para garantir qualidade de vida a quem convive com a doença.
Por Redação Brazil Health