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Dia Mundial do Sono: Problemas que Podem Prejudicar a Qualidade do Seu Descanso
No dia 14 de março, o mundo celebra o Dia Mundial do Sono, data criada em 2008 pela Associação Mundial do Sono para conscientizar sobre a importância do descanso para a saúde. No Brasil, cerca de 73 milhões de pessoas sofrem com distúrbios do sono, representando aproximadamente 30% da população, segundo a Academia Brasileira do Sono (ABS).
O médico endocrinologista e patologista clínico Pedro Saddi, membro da SBPC/ML (Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial), destaca que muitas condições de saúde podem afetar diretamente o sono, tornando essencial a identificação e o tratamento adequado.
Distúrbios hormonais que impactam o sono
. Hipertireoidismo – O excesso de hormônios da tireoide acelera o metabolismo, causando insônia e pensamentos acelerados. O controle hormonal adequado ajuda a restaurar o sono.
. Obesidade – Está fortemente ligada à apneia obstrutiva do sono (AOS), condição caracterizada por pausas na respiração durante o sono, levando a despertares frequentes e cansaço diurno.
. Diabetes tipo 2 – Estudos mostram que má qualidade do sono pode ser um fator de risco para o desenvolvimento da doença, além de que portadores de diabetes costumam apresentar distúrbios do sono.
. Acromegalia – Doença causada pelo excesso de hormônio do crescimento, que pode levar à apneia do sono devido ao aumento de tecidos nas vias aéreas superiores.
. Síndrome de Cushing – Decorrente de altos níveis de cortisol, conhecido como o “hormônio do estresse”, essa condição pode gerar insônia e fragmentação do sono.
Mulheres precisam dormir mais e enfrentam mais desafios para relaxar
Pesquisadores da Universidade de Loughborough, no Reino Unido, indicam que as mulheres precisam de 20 minutos a mais de sono do que os homens. Isso se deve a fatores como ansiedade e maior carga mental, além das oscilações hormonais ao longo da vida.
Segundo Pedro Saddi, gravidez e menopausa também influenciam diretamente na qualidade do sono:
Na gravidez:
. O crescimento do bebê comprime o diafragma, dificultando a respiração durante o sono.
. O aumento do volume abdominal pode levar à doença do refluxo gastroesofágico e mais micções noturnas, interrompendo o descanso.
Na menopausa e peri-menopausa:
. A flutuação dos hormônios ovarianos pode causar ondas de calor, suores noturnos e mudanças de humor que prejudicam o sono.
. A queda de estrogênio e progesterona pode afetar a termorregulação do cérebro, desregulando o ritmo circadiano (ciclo natural de sono e vigília).
Como diagnosticar e tratar distúrbios do sono?
O diagnóstico de distúrbios primários do sono é feito por avaliação clínica e exame de polissonografia, que analisa o padrão do sono. Exames laboratoriais também são importantes para identificar causas secundárias, como alterações hormonais e metabólicas.
Para garantir um sono reparador, é essencial tratar doenças pré-existentes e manter hábitos saudáveis, como rotina regular de sono, alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos. Se os sintomas persistirem, buscar orientação médica é fundamental.
Por Redação Brazil Health