Endocrinologia e Metabologia
25 de Abril de 2025

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Diabetes Avança na América Latina e Coloca o Brasil no Centro da Crise de Saúde Pública

O diabetes desponta como uma das maiores crises de saúde pública do século XXI, e o Brasil ocupa posição central nessa epidemia. De acordo com o Atlas de Diabetes 2025, o número de adultos vivendo com a doença na América Central e do Sul deve crescer 45% até 2050, saltando de 35,4 milhões em 2024 para 51,5 milhões. O Brasil é o país mais afetado da região, com mais de 16 milhões de pessoas já convivendo com a condição — a maioria sem diagnóstico.

O atraso no diagnóstico é um dos maiores desafios, alerta a endocrinologista Dra. Tarissa Petry, do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “Quanto mais cedo o diabetes é identificado, maiores são as chances de controlar a doença e evitar complicações como infarto, AVC, perda de visão e amputações”, afirma. Exames simples, como a glicemia de jejum e a hemoglobina glicada, poderiam ampliar significativamente o diagnóstico, especialmente em populações mais vulneráveis.

Crescimento acelerado e impacto econômico

O aumento do sedentarismo, da obesidade e do envelhecimento populacional impulsiona o avanço da doença. Hoje, estima-se que 43% dos casos de diabetes tipo 2 não sejam diagnosticados. Além dos efeitos na saúde, o impacto econômico é crescente: o Brasil já gasta mais de R$ 42 bilhões por ano com tratamento e complicações associadas.

Outro dado preocupante é a alta prevalência de hiperglicemia durante a gestação. “O rastreamento e o acompanhamento adequados são essenciais para evitar complicações tanto para a mãe quanto para o bebê”, alerta Dra. Tarissa.

Mudanças urgentes para o futuro

As projeções indicam que o mundo terá mais de 850 milhões de pessoas com diabetes até 2050, com o Brasil figurando entre os dez países com maior número de casos. Estilos de vida urbanos, dietas ricas em ultraprocessados, poluição e obesidade infantil contribuem para esse cenário.

Para enfrentar a epidemia, especialistas defendem políticas públicas robustas, programas de triagem, educação em saúde e acesso garantido a tratamento e equipes multidisciplinares. “O diabetes não é apenas uma condição individual. É uma questão de saúde pública que exige ação urgente e coordenada”, conclui a endocrinologista.

Por Redação Brazil Health

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