Endocrinologia e Metabologia
22 de Abril de 2025

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Medicamentos inovadores para obesidade em 2025: avanços, promessas e impacto no emagrecimento

Com a obesidade ganhando reconhecimento como uma doença metabólica complexa, o desenvolvimento de medicamentos que vão além da estética e auxiliam no controle de comorbidades como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares tornou-se prioridade global. Em 2025, diversos tratamentos estão em fase de testes ou prestes a chegar ao mercado, prometendo ampliar o arsenal contra essa condição crônica.

Tirzepatida: eficácia superior e efeitos metabólicos amplos

Já aprovada para diabetes tipo 2 e aguardando liberação para obesidade, a tirzepatida se destaca pela ação dupla sobre os receptores GLP-1 e GIP. Estudos mostram perda de até 20% do peso corporal em 72 semanas, além de benefícios como redução da gordura cardíaca, melhora da mobilidade e controle da pressão arterial.

. Aplicação: injeção semanal

. Disponibilidade: prevista para o Brasil até o final de 2025

. Ponto fraco: alto custo e necessidade de aplicação injetável

Retatrutida: promessa de perda de peso ainda maior

Com ação tripla (GLP-1, GIP e glucagon), a retatrutida vem apresentando perdas de até 24% do peso em menos de um ano. Ainda em fase III, deve revolucionar o tratamento da obesidade e do diabetes, embora a aprovação deva ocorrer apenas a partir de 2026.

. Ponto forte: controle glicêmico superior

. Ponto fraco: ainda em testes

Orforglipron: opção oral com efeito consistente

Primeiro da nova geração de agonistas de GLP-1 em comprimido, o orforglipron promete praticidade com perda de até 10% do peso em 26 semanas. Está em fase final de testes, com expectativa de liberação até 2026.

. Ponto forte: forma oral e menor custo

. Ponto fraco: resultado mais modesto em comparação aos injetáveis

MariTide: aplicação mensal e efeito duradouro

Ainda em fase de estudos, o MariTide mostra perda média de 20% em um ano, com a vantagem de manter os resultados mesmo após interrupção. A aplicação é mensal, o que pode melhorar a adesão ao tratamento.

. Diferencial: manutenção do peso no longo prazo

. Desvantagem: futuro comercial ainda incerto

CagriSema: combinação que potencializa efeitos

Composta por semaglutida e cagrilintida, essa combinação tem mostrado perda média de 23% do peso em 68 semanas. Apesar de não atingir os 25% esperados, representa avanço na abordagem combinada.

. Expectativa: liberação em 2025

. Ponto forte: ação potencializada dos componentes

Além do peso: foco na preservação muscular

A preservação da massa magra passou a ser prioridade. Entre as novidades, destacam-se:

. Amycretina (Novo Nordisk): age como a amilina, ajudando a reduzir apetite e manter a musculatura. Pode causar perda de até 22% do peso em 36 semanas.

. Enobosarm (Veru): combinado com semaglutida, mostrou manutenção de massa magra em idosos.

. Bloqueadores de receptores canabinóides: em fase inicial, atuam sobre a fome e a inflamação.

Avanço que vai além da balança

Segundo o endocrinologista André Vianna, vice-presidente eleito da Sociedade Brasileira de Diabetes, os novos tratamentos reforçam a importância de ver a obesidade como uma condição médica crônica, e não apenas estética. “Tratar a obesidade com ciência é salvar vidas e reduzir o impacto das doenças associadas”, afirma.

Com promessas de maior eficácia, menos efeitos colaterais e melhor acessibilidade, os novos medicamentos sinalizam um futuro mais promissor — e menos excludente — no combate à obesidade.

Por Redação Brazil Health

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