Fisiatria
24 de Março de 2025

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Estresse Crônico Eleva o Risco de AVC em Mulheres, Aponta Estudo

Mulheres submetidas a períodos prolongados de estresse têm um risco 78% maior de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), segundo um novo estudo publicado na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia. Realizada pelo Hospital Universitário de Helsinque (Finlândia) e pelo Instituto Karolinska (Suécia), a pesquisa analisou a relação entre o estresse crônico e o AVC isquêmico, o mais comum, que representa 85% dos casos da doença no Brasil.

Os pesquisadores estudaram 426 mulheres jovens (entre 18 e 49 anos) que tiveram um AVC sem causa aparente, comparando-as com 426 mulheres saudáveis da mesma faixa etária. O resultado revelou que as participantes com níveis moderados de estresse tiveram quase o dobro de chance de sofrer um derrame.

Curiosamente, o nível mais alto de estresse elevou o risco em apenas 6%, o que intrigou os pesquisadores. Para a médica fisiatra Matilde Sposito, especialista em reabilitação neurológica, o estudo reforça a importância do controle do estresse na prevenção do AVC. “Embora a pesquisa não prove diretamente que o estresse cause o AVC, já sabemos que períodos prolongados de estresse elevam a pressão arterial, provocam inflamações e podem prejudicar a circulação sanguínea, aumentando o risco”, esclarece.

Prevenção é fundamental

A médica também destaca que o “tripé-fatal” para a saúde vascular é composto por alto nível de estresse, alimentação inadequada e sedentarismo. “Manter hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada, prática regular de exercícios físicos e controle do estresse, é crucial, principalmente para quem possui predisposição genética ao AVC”, afirma Matilde.

Reabilitação pós-AVC

O AVC pode causar sequelas severas, limitando a qualidade de vida dos pacientes. Nesse contexto, a Fisiatria, especialidade médica dedicada à reabilitação, desempenha papel fundamental no processo de recuperação. “Nosso objetivo é estimular a reorganização cerebral para restaurar funções motoras, reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida dos pacientes após o AVC”, explica a especialista.

Tratamentos como fisioterapia, hidroterapia, acupuntura, RPG, Pilates e bloqueios neuroquímicos com toxina botulínica são recursos eficazes para amenizar sequelas como rigidez muscular e dificuldade de movimentação. “Quanto mais cedo o paciente iniciar a reabilitação, melhores serão os resultados”, conclui Matilde Sposito.

Por Redação Brazil Health

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