Gastroenterologia
08 de Maio de 2025

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Doença de Crohn: Inflamação Silenciosa que Exige Atenção Médica Contínua e Desafia Pacientes

A Doença de Crohn, inflamação crônica do trato digestivo, pode afetar qualquer parte do sistema gastrointestinal – da boca ao ânus – e atinge milhares de brasileiros com sintomas debilitantes, como diarreia persistente, dor abdominal intensa, sangue nas fezes, perda de peso e febre. Segundo o cirurgião geral Dr. Ernesto Alarcon, o desafio da doença está não apenas na ausência de cura, mas na complexidade de controle e personalização do tratamento.

Fatores de risco vão além da genética

Embora a origem exata da doença ainda não seja totalmente compreendida, os especialistas apontam uma combinação de fatores como responsáveis pelo seu surgimento:

. hereditariedade: histórico familiar aumenta o risco

. sistema imunológico hiperativo: pode atacar células saudáveis do intestino

. desequilíbrios na microbiota intestinal

. estilo de vida: tabagismo, estresse crônico, má alimentação e uso de anti-inflamatórios

“É uma condição multifatorial. O ambiente, a genética e até mesmo o comportamento intestinal do paciente influenciam no curso da doença”, explica Dr. Alarcon.

Tratamento busca controlar sintomas e evitar complicações

O tratamento da Doença de Crohn é altamente individualizado e pode combinar diferentes estratégias:

. medicamentos: uso de corticoides, imunossupressores, antibióticos e terapias biológicas

. dieta equilibrada: rica em fibras e nutrientes, mas adaptada conforme a fase da doença

. nutrição enteral ou parenteral: indicada em casos de desnutrição severa

. cirurgia: indicada quando há complicações como perfurações, fístulas ou obstruções intestinais

Embora a cirurgia possa aliviar os sintomas, ela não representa cura definitiva. “Nos casos mais graves, retirar o segmento comprometido do intestino pode ser necessário para devolver qualidade de vida ao paciente”, pontua o especialista.

Importância do acompanhamento e do diagnóstico precoce

A Doença de Crohn costuma alternar períodos de remissão e atividade intensa. Por isso, o acompanhamento contínuo com equipe multidisciplinar é fundamental. “Cada paciente tem um percurso diferente. O segredo está em ajustar o tratamento ao longo da vida, com suporte médico, nutricional e emocional”, orienta Dr. Alarcon.

Promover a conscientização sobre a doença e combater o preconceito é uma das formas de apoiar quem enfrenta esse desafio diário. Como conclui o especialista, “ouvir, acolher e tratar com empatia são tão importantes quanto a medicação correta”.

Por Redação Brazil Health

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