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Adenomiose afeta até 61% das mulheres e pode ser tratada sem cirurgia
A adenomiose é uma doença ginecológica mais comum do que se imagina e pode afetar até 61,5% das mulheres brasileiras, segundo dados da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). O problema ocorre quando o tecido do endométrio, que normalmente reveste o interior do útero, invade a parede muscular do órgão, provocando dores intensas, sangramentos e, em alguns casos, dificuldade para engravidar.
Apesar de muitas mulheres associarem o diagnóstico à necessidade de uma cirurgia, nem sempre essa é a única ou melhor solução. Segundo o ginecologista Dr. Thiers Soares, especialista em adenomiose, endometriose e miomas, o tratamento deve ser personalizado e pode incluir alternativas menos invasivas com bons resultados.
Opções além da cirurgia
O tratamento da adenomiose depende da gravidade dos sintomas e do desejo da mulher de preservar a fertilidade. O especialista destaca três abordagens principais:
. medicações para controle dos sintomas: anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno ou ácido mefenâmico, ajudam a aliviar dores e reduzir o fluxo menstrual, sendo indicados principalmente em casos leves ou moderados.
. terapia hormonal: o uso do DIU com levonorgestrel, pílulas hormonais combinadas ou progesterona isolada pode inibir o crescimento do tecido endometrial, melhorando significativamente o quadro de dor e sangramento.
. abordagens complementares: fisioterapia pélvica, acupuntura e uma alimentação anti-inflamatória são estratégias que, em conjunto com os tratamentos médicos, promovem melhora na qualidade de vida das pacientes.
“A escolha do tratamento deve considerar a idade da paciente, o impacto da doença no dia a dia, o desejo de ter filhos e a resposta aos tratamentos anteriores”, orienta Dr. Thiers. Casos graves, que não respondem a outras terapias, podem exigir a histerectomia (retirada do útero), mas essa é considerada a última alternativa.
A adenomiose, por ser uma condição de múltiplas facetas, exige acompanhamento médico contínuo e um olhar atento às necessidades individuais de cada mulher. “Não existe um único caminho. O mais importante é oferecer opções que respeitem o corpo e a história de vida da paciente”, conclui o médico.
Por Redação Brazil Health