Ginecologia e Obstetrícia
28 de Março de 2025

3 min de leitura

Menopausa: Como a Alimentação Pode Ser Sua Aliada ou Sua Vilã

Ondas de calor, insônia, cansaço, alterações de humor e ganho de peso. Esses são apenas alguns dos sinais que o corpo dá quando a menopausa chega — e, embora inevitável, essa transição não precisa significar o fim da qualidade de vida. Segundo especialistas, o que você coloca no prato pode ser decisivo para viver essa fase com equilíbrio físico, mental e emocional.

A neurocientista Lisa Mosconi, autora do livro “O Cérebro e a Menopausa”, defende que a alimentação exerce influência direta sobre os hormônios e neurotransmissores. Dietas ricas em gorduras ruins e açúcares refinados, segundo ela, podem acelerar o declínio cognitivo e agravar inflamações. Já um padrão alimentar equilibrado reduz em até 50% o risco de doenças como o Alzheimer.

Para a ginecologista e pesquisadora Fabiane Berta, a alimentação deve ser encarada como uma aliada poderosa — mas não isolada — no tratamento da menopausa. “O metabolismo feminino despenca nessa fase, e os hormônios impactam não só o sistema reprodutor, mas também o cérebro, os ossos, o coração e o humor”, afirma.

Alimentos que ajudam na menopausa

A médica destaca alimentos-chave para amenizar os sintomas e prevenir complicações:

Soja e linhaça: ricos em fitoestrogênios, ajudam a equilibrar os hormônios e reduzir os fogachos.

Chá de sálvia: tomado diariamente, pode diminuir em até 64% a intensidade dos suores noturnos.

Proteínas magras (ovos, peixes, frango): mantêm a massa muscular e combatem a fadiga.

⁠Banana e cacau: fontes de triptofano, regulam o humor e a energia.

Peixes gordurosos (salmão, sardinha, atum): ricos em ômega-3, protegem o cérebro e ajudam no controle do estresse.

Nozes, castanhas, abacate: ricos em magnésio, funcionam como calmantes naturais e melhoram o sono.

Folhas verdes (espinafre, couve, rúcula): equilibram os hormônios e ajudam na digestão.

Vinagre de maçã: regula a insulina e contribui para reduzir a gordura abdominal.

Gergelim, amêndoas, chia: fontes de cálcio sem os efeitos inflamatórios dos laticínios.

Sardinha com espinha: oferece cálcio biodisponível e vitamina D para a saúde óssea.

Azeite de oliva e frutas vermelhas: protegem o cérebro e melhoram a memória.

E o que evitar?

Por outro lado, há alimentos que devem ser evitados:

Açúcares refinados: aumentam a inflamação e agravam os sintomas.

Ultraprocessados (pães brancos, bolachas): desregulam a insulina e favorecem o ganho de peso.

. Cafeína e álcool em excesso: intensificam os fogachos e prejudicam o sono.

Alimentação não substitui acompanhamento médico

Apesar dos benefícios, a ginecologista reforça que a dieta, sozinha, não resolve todos os problemas da menopausa. “Ela é uma peça essencial do quebra-cabeça, mas não substitui o acompanhamento médico nem a terapia hormonal quando indicada. Cada mulher é única e precisa de um plano personalizado de cuidados.”

Em vez de recorrer a promessas milagrosas, a chave está em adotar um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada, atividade física, sono de qualidade e acompanhamento profissional. Afinal, o que está no prato pode ser o seu maior remédio — ou seu maior risco.

Por Redação Brazil Health

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