Ginecologia e Obstetrícia
11 de Abril de 2025

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Menopausa precoce antes dos 40: o que é a insuficiência ovariana e como identificar os sinais

Menopausa precoce? Sim, é possível. E mais comum do que se imagina. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada 100 mulheres desenvolve a insuficiência ovariana precoce, condição que interrompe a função reprodutiva antes dos 40 anos, trazendo impactos físicos e emocionais profundos.

A ginecologista e obstetra Camila Martin Massutani explica que o quadro pode surgir de forma silenciosa, com sinais que, muitas vezes, são ignorados ou confundidos com alterações passageiras. “Ciclo menstrual irregular, ondas de calor e insônia antes dos 40 anos devem acender o alerta. Esses sintomas podem indicar que os ovários estão deixando de produzir hormônios essenciais à fertilidade”, afirma.

O impacto além da fertilidade

Mais do que um diagnóstico ginecológico, a insuficiência ovariana precoce afeta diversas áreas da vida da mulher. “Ela pode enfrentar ressecamento vaginal, queda na libido, perda de massa óssea e sintomas de depressão e ansiedade. Muitas chegam ao consultório assustadas, sem entender o que está acontecendo com o corpo tão cedo”, relata Camila.

Como é feito o diagnóstico?

O primeiro passo é o levantamento do histórico da paciente. “Muitas vezes, há um fator genético envolvido. Também investigamos se houve cirurgia para retirada dos ovários ou alterações cromossômicas”, explica a médica.

Entre os principais exames utilizados para o diagnóstico está a dosagem do FSH (hormônio folículo-estimulante). “Se os níveis de FSH estiverem altos, isso indica que o organismo está tentando, sem sucesso, estimular os ovários. Esse é um dos marcadores mais usados para avaliar a reserva ovariana”, destaca a especialista.

Reposição hormonal é parte fundamental do tratamento

Assim como nos casos de menopausa natural, a terapia de reposição hormonal é indicada para amenizar os sintomas e proteger a saúde. “A insuficiência ovariana precoce pode elevar o risco cardiovascular e acelerar a perda óssea, favorecendo a osteoporose. Por isso, é fundamental que o tratamento seja individualizado, com atenção especial ao bem-estar físico e emocional da paciente”, alerta Camila.

Mais informação, menos tabu

A médica reforça que, com acompanhamento adequado, é possível viver bem mesmo com o diagnóstico. “Com informação, acolhimento e tratamento, essa fase deixa de ser um ponto final e passa a ser um novo começo. O importante é que a mulher saiba que não está sozinha — e que há recursos disponíveis para ajudá-la a atravessar esse momento com saúde e equilíbrio”, conclui.

Por Redação Brazil Health

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