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Menstruação na Adolescência: Como Tabus e Falta de Absorventes Impactam a Educação das Meninas

A menstruação, um processo natural da puberdade, ainda é cercada de tabus e desinformação, dificultando o acesso das jovens ao aprendizado e à rotina escolar. Segundo a ONU, uma em cada quatro meninas falta à escola durante o período menstrual por não ter acesso a absorventes ou a banheiros adequados.

O relatório Pobreza Menstrual no Brasil, publicado pelo Unicef, revela que mais de 4 milhões de estudantes brasileiras frequentam escolas sem estrutura básica de higiene, como papel higiênico e sabonete. Como consequência, faltas recorrentes podem levar a um prejuízo de até 45 dias letivos por ano, afetando diretamente o desempenho acadêmico.

A importância do diálogo e da informação

A desinformação contribui para o desconforto e o isolamento das jovens durante a menstruação. “Apenas uma pequena parcela das meninas se sente bem informada quando chega a primeira menstruação. A falta de conhecimento, somada à ausência de infraestrutura adequada, pode causar insegurança e até bullying”, alerta Dr. Patrick Bellelis, ginecologista do Hospital das Clínicas da USP.

Os primeiros sinais da menarca incluem crescimento dos seios, surgimento de pelos pubianos e secreção vaginal, podendo ser acompanhados por dores abdominais e cólicas. Para algumas jovens, essas dores podem ser intensas o suficiente para atrapalhar atividades diárias, reforçando a necessidade de apoio médico quando o desconforto se torna recorrente.

Menstruação precoce ou tardia exige atenção médica

A menstruação também pode ocorrer fora da faixa etária considerada normal. Quando surge antes dos 8 anos, caracteriza-se como puberdade precoce, podendo impactar o desenvolvimento emocional e físico da criança. Já a ausência da menstruação após os 15 anos, conhecida como amenorreia primária, pode indicar problemas hormonais e exigir acompanhamento especializado.

“A menstruação não deve ser motivo de preocupação ou constrangimento. Se uma jovem perceber que o ciclo menstrual está interferindo no seu dia a dia ou na escola, procurar um médico é essencial para garantir bem-estar e qualidade de vida”, conclui o Dr. Bellelis.

Por Redação Brazil Health