Ginecologia e Obstetrícia
03 de Março de 2025

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Obesidade e Fertilidade: Controle de Peso Aumenta as Chances de Gravidez

Excesso de gordura compromete a fertilidade e reduz taxas de sucesso em reprodução assistida

A obesidade é um fator que pode dificultar a concepção natural e reduzir as chances de sucesso nos tratamentos de fertilização in vitro (FIV). Um estudo publicado na revista BioMed Central em 2023 mostrou que o excesso de peso impacta negativamente os resultados de gravidez.

O Dr. Oscar Duarte Filho, ginecologista, alerta que a obesidade interfere tanto na fertilidade masculina quanto na feminina. “Nas mulheres, altera os níveis hormonais, prejudicando a ovulação e levando a ciclos menstruais irregulares. Nos homens, reduz a produção de testosterona e afeta a qualidade do sêmen”, explica.

Impactos da obesidade na fertilidade

Atualmente, mais de um bilhão de pessoas no mundo vivem com obesidade, segundo a OMS. No Brasil, 60,3% dos adultos têm excesso de peso, sendo que entre as mulheres esse percentual chega a 62,6%, conforme dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/2019).

Nas mulheres, o excesso de gordura corporal pode desencadear a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), dificultando ainda mais a concepção. Nos homens, a baixa mobilidade dos espermatozoides compromete a fecundação.

A obesidade também eleva o risco de complicações gestacionais. De acordo com pesquisa publicada na Oxford Academic, mulheres obesas têm mais chances de desenvolver hipertensão, diabetes gestacional e enfrentar partos prematuros. Dados do Ministério da Saúde mostram um aumento nos casos de internações por diabetes gestacional no Brasil, passando de 27.594 em 2018 para 46.508 em 2022.

Estratégias para melhorar a fertilidade

Para casais que desejam engravidar, a adoção de um estilo de vida mais saudável é essencial. O Dr. Oscar Duarte Filho destaca que reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados e priorizar frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas de boa qualidade pode contribuir para a perda de peso e regularização hormonal.

A prática de exercícios também é crucial. A OMS recomenda de 150 a 300 minutos de atividade física semanalmente. “Caminhadas, ciclismo, natação e treinamento de força são opções acessíveis e eficazes”, sugere o especialista.

O acompanhamento médico também é fundamental. Em alguns casos, pode ser necessário recorrer a estratégias medicamentosas e planos alimentares estruturados. Nutricionistas, endocrinologistas e psicólogos podem auxiliar nessa jornada para tornar a fertilidade mais acessível e garantir uma gestão mais segura.

Por Redação Brazil Health

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