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Uso de Testosterona em Mulheres Aumenta no Brasil, Mas Especialistas Alertam para Riscos
A reposição de testosterona em mulheres, especialmente durante a menopausa, tem ganhado popularidade como uma possível solução para sintomas como fadiga, queda de libido e desânimo. No entanto, especialistas alertam que o uso desse hormônio não é aprovado para mulheres no Brasil e pode trazer sérios riscos à saúde.
“A testosterona tem um papel importante na saúde feminina, influenciando energia, humor e desejo sexual, mas deve ser usada apenas em casos bem definidos, como o transtorno do desejo sexual hipoativo (TDSH), e sempre sob rigoroso acompanhamento médico”, explica a ginecologista endócrina Alexandra Ongaratto, diretora técnica do Instituto GRIS.
Uso off-label e riscos à saúde
No Brasil, não há formulações de testosterona aprovadas para o público feminino. Por isso, o uso do hormônio é considerado off-label — feito com produtos desenvolvidos para homens — o que pode acarretar efeitos colaterais como:
• engrossamento da voz
• aumento de pelos corporais
• acne
• alterações no fígado e nos níveis de colesterol
• maior risco cardiovascular
Além disso, a dosagem é um desafio. “Os exames disponíveis não são sensíveis o suficiente para medir com precisão os níveis hormonais nas mulheres, dificultando o diagnóstico e o ajuste adequado do tratamento”, afirma Alexandra.
Cresce o uso sem prescrição adequada
A médica observa com preocupação o aumento do uso da testosterona entre mulheres influenciadas por redes sociais e clínicas de estética. “É uma tendência que banaliza os riscos. O uso sem indicação e sem controle pode causar danos irreversíveis.”
Alternativas seguras para os sintomas da menopausa
Antes de optar pela testosterona, os especialistas recomendam que as mulheres considerem outras abordagens:
• mudanças no estilo de vida
• melhora da qualidade do sono e da alimentação
• terapia cognitivo-comportamental
• uso de terapias hormonais convencionais, quando indicadas
“Cada mulher precisa ser avaliada individualmente. O mais importante é buscar um acompanhamento responsável, que priorize a saúde e o bem-estar de forma segura e baseada em evidências científicas”, finaliza Alexandra Ongaratto.
Por Redação Brazil Health