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Anemia pode indicar câncer no sangue e não apenas deficiência de ferro, alertam especialistas
Nem toda anemia está relacionada à deficiência de ferro. Em alguns casos, ela pode indicar algo mais sério, como o mieloma múltiplo — o segundo tipo de câncer mais comum do sangue, atrás apenas da leucemia. Segundo a Dra. Fernanda Lemos, hematologista do Hcor, entre 60% e 70% dos pacientes com mieloma apresentam anemia no momento do diagnóstico.
“Trata-se de um câncer que afeta a medula óssea e compromete a produção normal das células do sangue. Os plasmócitos doentes se multiplicam de forma descontrolada e ocupam o espaço das células saudáveis, o que resulta na queda de hemácias, glóbulos brancos e plaquetas”, explica a especialista.
Sinais de alerta para além da fadiga
Em estágios iniciais, o mieloma múltiplo pode não apresentar sintomas. À medida que a doença avança, surgem sinais como fraqueza, tontura, inchaço nas pernas, perda de apetite e dores ósseas, estas causadas por fraturas espontâneas. “Essas dores não estão ligadas a traumas, mas à fragilidade causada pelas lesões ósseas do câncer”, afirma a médica.
O diagnóstico pode surgir por acaso, durante um exame de sangue de rotina, como o hemograma, complementado por testes como a eletroforese de proteínas, exames de imagem e biópsia da medula óssea.
Tratamento varia de acordo com o perfil do paciente
O tratamento depende do estágio da doença e das condições do paciente, podendo incluir quimioterapia, radioterapia, imunoterapia, transplante de medula óssea ou até a moderna terapia com células CAR-T. “Apesar dos avanços, nem todos os tratamentos são indicados para todos os casos. A escolha é individualizada, levando em conta idade, comorbidades e resposta ao tratamento inicial”, explica Dra. Fernanda.
Quem tem mais risco?
A causa do mieloma múltiplo ainda é desconhecida, mas fatores como idade, sexo e raça influenciam. Homens afro-americanos com mais de 60 anos formam o grupo mais afetado. No Brasil, estima-se que cerca de 7 mil novos casos sejam registrados por ano, embora os números oficiais sejam escassos.
O alerta dos especialistas é claro: a anemia deve sempre ser investigada com profundidade, especialmente se persistir ou vier acompanhada de outros sintomas. Diagnosticar precocemente o mieloma pode fazer toda a diferença na escolha do tratamento e nos resultados a longo prazo.
Por Redação Brazil Health