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USP realiza sequenciamento genético inédito de pacientes com anemia falciforme no Brasil
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), liderados pela Profa. Dra. Ester Sabino, realizaram o primeiro sequenciamento genético de três mil pacientes com anemia falciforme no Brasil. Esse avanço histórico no país visa melhorar o tratamento de uma das condições hereditárias mais comuns e impactantes, que afeta principalmente a população negra.
A anemia falciforme deforma os glóbulos vermelhos, comprometendo a circulação sanguínea e causando dores severas e complicações sistêmicas. “A doença ainda enfrenta preconceitos e desinformação, além de ser subdiagnosticada, mesmo com sérias consequências à saúde dos pacientes”, destaca a Profa. Dra. Ester Sabino.
O estudo faz parte do Projeto Dandara, uma colaboração com o programa internacional REDS III e cinco hemocentros nacionais: Fundação Pró-Sangue (SP), Hemope (PE), Hemominas (MG), Hemorio (RJ) e Hemoam (AM). A pesquisa também busca otimizar transfusões de sangue por meio da genotipagem de pacientes e doadores, reduzindo reações adversas e promovendo maior compatibilidade.
Entre os resultados práticos, está a criação do Cartão Fenotcard, emitido pela Fundação Pró-Sangue. O documento reúne informações genéticas dos pacientes, facilitando transfusões futuras e contribuindo para tratamentos mais precisos.
Dados do Ministério da Saúde indicam que a anemia falciforme atinge entre 60 mil e 100 mil brasileiros. Anualmente, cerca de 1.087 crianças são diagnosticadas com a condição no teste do pezinho, representando uma incidência de 3,75 casos a cada 10 mil nascidos vivos. A iniciativa da FMUSP representa um passo significativo na melhoria da qualidade de vida dessas pessoas.
Por Redação Brazil Health