Hepatologia
26 de Abril de 2025

3 min de leitura

Transplante de Fígado: Quando Deixa de Ser Escolha e Se Torna a Única Alternativa para Viver

Silencioso e multifuncional, o fígado é responsável por mais de 500 funções no organismo — entre elas, a filtragem de toxinas, o metabolismo de nutrientes e o controle químico do sangue. Mas quando entra em colapso, a única esperança para muitos pacientes passa a ser o transplante. Em 2023, mais de 2.300 procedimentos foram realizados no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), número ainda insuficiente frente à crescente demanda.

Doenças que levam ao colapso hepático

As principais causas de falência hepática incluem:

. cirrose alcoólica

. hepatites virais crônicas (B e C)

. doenças genéticas, como deficiência de Alfa-1 antitripsina

. esteato-hepatite não alcoólica (NASH), associada à síndrome metabólica

“A gordura no fígado pode parecer inofensiva, mas tem potencial para evoluir até o câncer hepático, muitas vezes sem apresentar sintomas”, alerta o Dr. Lucas Nacif, cirurgião gastrointestinal e membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD).

Sinais de alerta

Alguns sintomas indicam que o fígado pode estar em colapso:

. icterícia (pele e olhos amarelados)

. inchaço abdominal

. fadiga intensa

. hematomas frequentes

. confusão mental

O diagnóstico precoce é decisivo para evitar que o paciente chegue ao ponto de necessitar de um transplante. Exames de sangue e ultrassonografias ajudam a monitorar a função hepática, especialmente em pessoas com fatores de risco como obesidade, hipertensão, sedentarismo e histórico de hepatites.

Quando o transplante é inevitável

Em casos de cirrose terminal, hepatite fulminante ou câncer que não pode ser operado, o transplante passa a ser a única alternativa. O procedimento envolve a substituição do fígado doente por um saudável — de doador falecido ou, em alguns casos, vivo. Graças à sua capacidade de regeneração, é possível doar parte do fígado em vida, principalmente entre familiares.

O Brasil organiza a fila de transplantes por meio do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que leva em conta critérios como urgência, tempo de espera e compatibilidade. “Muitos ainda morrem aguardando. Falar sobre doação e avisar a família é essencial para salvar vidas”, ressalta o Dr. Nacif.

Uma nova vida após o transplante

O pós-operatório exige internação em UTI, uso contínuo de medicamentos imunossupressores e acompanhamento com equipe multidisciplinar. Mas os resultados são animadores: muitos transplantados retomam a vida ativa e saudável. “O transplante é o começo de uma nova etapa, e com disciplina, é possível reescrever a história”, conclui o médico.

Por Redação Brazil Health

Tags relacionadas: