Infectologia
06 de Fevereiro de 2025

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Febre Amarela: Casos Crescentes no Brasil Elevam o Alerta das Autoridades

O aumento de casos de febre amarela em São Paulo, Minas Gerais, Roraima e Tocantins acendeu um alerta nacional do Ministério da Saúde. Até o momento, quatro óbitos foram confirmados e oito casos registrados em humanos, apenas em São Paulo. A circulação ativa do vírus também foi detectada em 25 primatas, principalmente na região de Ribeirão Preto, reforçando o risco de novas infecções.

A infectologista e patologista clínica Carolina Lázari, da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), explica que a febre amarela no Brasil ocorre apenas na forma silvestre, sendo transmitida por mosquitos de áreas de mata que utilizam primatas como hospedeiros. “Desde 1942, não há transmissão urbana, mas a infestação do Aedes aegypti e o atual surto de dengue aumentam o risco de reintrodução do vírus em áreas urbanas”, alerta.

Segundo a especialista, regiões próximas a áreas de mata exigem maior vigilância. “No surto de 2017/2018, muitos casos vieram de Mairiporã (SP), uma área urbana próxima à Serra da Cantareira. Esse cenário reforça a necessidade de monitoramento contínuo”, explica.

A vacinação é a principal forma de prevenção. Gratuita no SUS, a vacina passou a ser recomendada para toda a população devido à expansão da transmissão silvestre. “A alta cobertura vacinal impede a disseminação do vírus, protegendo não apenas o indivíduo, mas toda a coletividade”, enfatiza Lázari.

Os sintomas iniciais da febre amarela incluem febre alta, calafrios, dor de cabeça intensa e dores musculares – semelhantes aos da dengue. Em casos mais graves, pode evoluir para icterícia, hemorragias e insuficiência renal e hepática.

Apesar de eficaz, a vacina tem contraindicações para crianças menores de nove meses, lactantes de bebês com menos de seis meses, imunossuprimidos e alérgicos graves a ovo. “Nesses casos, a avaliação médica é essencial”, destaca a especialista.

O Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação e do controle de vetores para conter novos surtos. Quem for viajar para áreas de risco, deve tomar a vacina ao menos 10 dias antes da viagem.

Por Redação Brazil Health

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