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Por que é tão difícil combater o mosquito da dengue no Brasil?
O Brasil enfrenta um desafio persistente no controle do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Apesar de décadas de campanhas e investimentos, fatores climáticos, estruturais e sociais continuam favorecendo a proliferação do inseto, tornando o combate um problema complexo e de difícil resolução.
Enquanto estados como São Paulo apostam em tecnologias como drones e armadilhas inteligentes, regiões do Norte e Nordeste lidam com barreiras logísticas que dificultam a eficácia das ações preventivas. Para Matheus Todt Aragão, professor adjunto de infectologia da Universidade Tiradentes (Unit), o combate ao mosquito depende da integração entre ciência, tecnologia, políticas públicas e engajamento da sociedade.
Nos últimos anos, o Brasil tem adotado estratégias inovadoras, como o uso de mosquitos geneticamente modificados e infectados com a bactéria Wolbachia, que reduz a transmissão de doenças. Além disso, aplicativos de monitoramento e drones têm ajudado no controle dos criadouros. Universidades como USP, UFMG e UFPE também desenvolvem pesquisas para encontrar soluções sustentáveis, como o uso de plantas nativas com propriedades repelentes. “No Nordeste, a Universidade Tiradentes investe na biotecnologia e na educação comunitária, criando modelos replicáveis de controle do mosquito”, explica Aragão.
Mesmo com esses avanços, o país ainda enfrenta desafios significativos. Em áreas urbanas densamente povoadas, a proliferação do mosquito é impulsionada pelo descarte inadequado de lixo e pelo acúmulo de água parada. Já em regiões rurais, as dificuldades de acesso limitam a eficiência das campanhas de conscientização. Casos recentes, como a primeira morte por dengue registrada em Sorocaba neste ano, reforçam a urgência de intensificar ações preventivas. “O combate ao mosquito não pode se basear apenas em medidas isoladas. Precisamos de um esforço coordenado entre governo, ciência e população para obter resultados mais eficazes”, destaca o especialista.
Apesar dos desafios, há oportunidades para avanços. O fortalecimento de redes de vigilância epidemiológica, investimentos em monitoramento tecnológico e o engajamento da população são estratégias essenciais para mudar o cenário da dengue no país. Integrar ciência e participação comunitária pode ser a chave para soluções mais eficientes e sustentáveis no combate ao Aedes aegypti.
Por Redação Brazil Health