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Vírus Sincicial Respiratório: Casos Aumentam no Outono e Exigem Atenção
O outono chegou e, com ele, o aumento de infecções respiratórias. Um dos principais agentes por trás dessas síndromes é o vírus sincicial respiratório (VSR), responsável por até 80% dos casos de bronquiolite e 60% das pneumonias em crianças menores de dois anos, segundo dados da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), do Ministério da Saúde.
O Dr. Paulo Abrão, presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, alerta que o VSR é a principal causa de internação infantil no mundo. “Estima-se que uma em cada cinco crianças infectadas necessite de atendimento ambulatorial, e uma em cada 50 seja hospitalizada ainda no primeiro ano de vida”, destaca. Entre 2018 e 2024, mais de 83 mil internações de bebês prematuros foram registradas no país devido a complicações associadas ao vírus.
Riscos e complicações
A bronquiolite é uma das consequências mais frequentes da infecção. A inflamação nos bronquíolos pode causar obstruções nas vias aéreas, levando a dificuldades respiratórias e chiado persistente. Além de afetar bebês e crianças pequenas, o VSR também representa risco elevado para idosos, imunossuprimidos e pacientes com doenças crônicas pulmonares ou cardíacas.
A transmissão ocorre pelo contato com gotículas respiratórias de pessoas infectadas, mas também pode acontecer de forma indireta, por meio de superfícies contaminadas. Ambientes fechados, aglomerações e a falta de higiene adequada das mãos facilitam a disseminação do vírus.
Sinais de alerta
Na maioria das vezes, os sintomas do VSR se assemelham aos de um resfriado comum. Porém, em quadros mais graves, é necessário atenção imediata. Os principais sinais incluem:
. Febre baixa ou alta
. Secreção nasal
. Tosse persistente
. Dor de garganta e de cabeça
. Dificuldade para respirar
. Chiado no peito
. Lábios e unhas arroxeadas
Avanços na prevenção
Neste ano, a Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) recomendou a adoção de duas novas estratégias preventivas: o anticorpo monoclonal nirsevimabe e uma vacina destinada a gestantes. Segundo o Ministério da Saúde, a vacinação de grávidas pode evitar até 28 mil internações por ano, enquanto o uso do anticorpo pode proteger cerca de 2 milhões de bebês nos primeiros meses de vida, quando são mais vulneráveis.
Para os especialistas, a combinação dessas tecnologias com medidas simples como lavagem das mãos, ventilação adequada dos ambientes e isolamento de casos suspeitos pode ajudar a reduzir drasticamente os impactos do VSR, especialmente entre os mais frágeis.
Por Redação Brazil Health