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Crises de Ausência em Crianças: Sinais de Alerta para Pais e Educadores
A epilepsia pode se manifestar de diferentes formas, e uma das menos conhecidas é a crise de ausência, mais comum em crianças e adolescentes. Durante esses episódios, a pessoa perde a consciência por alguns segundos, mantendo um olhar fixo e podendo apresentar pequenos movimentos repetitivos, como piscar os olhos ou estalar os lábios. Após a crise, a criança retoma suas atividades sem lembrar do ocorrido.
Segundo a Liga Brasileira de Epilepsia, essas crises podem se repetir várias vezes ao dia, afetando o aprendizado e a atenção na escola. “Se diagnosticadas e tratadas corretamente, há grande chance de desaparecerem na adolescência”, explica a neuropediatra Letícia Pereira de Brito Sampaio, presidente da Liga.
Como identificar e lidar com a epilepsia infantil
Pais e educadores devem ficar atentos a sinais como interrupções momentâneas no meio de uma atividade e distrações repentinas. Algumas orientações importantes incluem:
. Usar uma linguagem simples e positiva ao conversar com a criança sobre epilepsia
. Estimular o diálogo sobre sentimentos e medos
. Explicar a condição por meio de histórias e materiais visuais
. Garantir a adesão à medicação e manter informações de emergência acessíveis
No ambiente escolar, é essencial que professores e coordenadores estejam preparados para reconhecer crises epilépticas e saibam prestar os primeiros socorros, além de combater o estigma e a desinformação sobre a doença.
Epilepsia é mais comum do que se imagina
A epilepsia não é rara: estima-se que 65 milhões de pessoas no mundo convivam com a condição, um número superior ao de outras doenças neurológicas combinadas, como paralisia cerebral, esclerose múltipla e Parkinson. Apesar disso, cerca de 70% dos pacientes poderiam viver sem crises se tivessem acesso ao diagnóstico e ao tratamento adequados.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% das pessoas com epilepsia vivem em países de média e baixa renda, onde muitas delas não recebem atendimento adequado devido à falta de recursos.
A boa notícia é que a maioria dos medicamentos anticonvulsivantes são distribuídos pelo SUS, permitindo um controle eficaz das crises. “O tratamento medicamentoso é a abordagem inicial mais comum, com ajustes feitos pelo médico conforme a necessidade do paciente”, reforça Dra. Letícia Sampaio.
Com informação, acolhimento e tratamento adequado, crianças e adultos com epilepsia podem ter uma vida plena e sem crises.
Por Redação Brazil Health