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Epilepsia: 10 Mitos e Verdades Sobre a Doença que Afeta Milhões no Mundo
Campanha Março Roxo promove conscientização e combate preconceitos sobre a condição neurológica
A epilepsia afeta cerca de 65 milhões de pessoas no mundo e 2% da população brasileira, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, a condição ainda é cercada de mitos e desinformação, dificultando a inclusão social de quem convive com a doença. Para ampliar o conhecimento e reduzir o preconceito, a campanha Março Roxo busca conscientizar a sociedade sobre a epilepsia ao longo de todo o mês.
No dia 26 de março, é celebrado o Dia Internacional de Conscientização sobre a Epilepsia, conhecido como Purple Day, quando pessoas ao redor do mundo usam roupas e acessórios roxos em solidariedade à causa. Segundo a neurologista infantil Letícia Pereira de Brito Sampaio, presidente da Liga Brasileira de Epilepsia, a campanha é fundamental para mostrar que a condição não define uma pessoa e que pacientes devem ser respeitados e apoiados.
“A epilepsia é apenas uma parte da vida de muitas pessoas, e elas merecem ser compreendidas e inseridas na sociedade”, afirma a especialista.
A epilepsia é um distúrbio neurológico causado por descargas elétricas anormais no cérebro, resultando em crises epilépticas que podem se manifestar de diferentes formas: desde desmaios e convulsões até sintomas mais sutis, como alterações motoras, sensitivas ou autonômicas (queda de pressão, suor excessivo, entre outros).
Mitos e verdades sobre a epilepsia
A epilepsia é contagiosa – MITO
A epilepsia não é transmissível e não pode ser passada de uma pessoa para outra.
Durante uma crise, deve-se segurar a língua da pessoa – MITO
A melhor conduta é deitar a pessoa de lado e garantir que ela não engasgue com saliva ou vômito. Nunca se deve introduzir objetos na boca ou tentar conter os movimentos.
Toda convulsão significa epilepsia – MITO
Uma pessoa pode ter uma crise convulsiva única sem ser diagnosticada com epilepsia. A condição só é confirmada quando as crises são recorrentes.
Epilepsia é uma doença mental – MITO
A epilepsia é uma condição neurológica, e não uma doença psiquiátrica.
Pessoas com epilepsia não podem dirigir – MITO
Quem tem epilepsia pode obter a CNH, desde que esteja há pelo menos um ano sem crises com o uso de medicação. Para quem está retirando a medicação, é necessário estar dois anos sem crises e mais seis meses sem remédios. No entanto, a condução de motocicletas é proibida.
É possível manter a consciência durante uma crise – VERDADE
Nem todas as crises epilépticas envolvem perda de consciência. Algumas manifestações podem ocorrer de forma sutil e sem convulsões.
O estresse pode desencadear crises – VERDADE
Fatores emocionais, como estresse e privação de sono, podem aumentar o risco de crises epilépticas em pessoas predispostas.
Existem medicamentos que controlam as crises – VERDADE
Cerca de 70% dos casos de epilepsia podem ser controlados com medicamentos adequados. Já os 30% restantes são considerados epilepsias refratárias e exigem tratamentos mais complexos.
A epilepsia pode surgir em qualquer idade – VERDADE
A condição pode aparecer desde o nascimento até a velhice, sem restrição de faixa etária.
Quem tem epilepsia pode levar uma vida normal – VERDADE
Com o tratamento adequado, pacientes podem trabalhar, estudar, praticar esportes e se divertir, como qualquer outra pessoa.
Informação é a chave para combater o preconceito
A campanha Março Roxo reforça que a epilepsia não limita a capacidade de uma pessoa, desde que ela tenha acompanhamento médico e um tratamento eficaz. O maior desafio não é a doença em si, mas o preconceito que muitos pacientes enfrentam na sociedade.
Com mais conhecimento e empatia, é possível criar um ambiente mais acolhedor e respeitoso para quem convive com a epilepsia. Neste mês, o convite é vestir roxo e compartilhar informação, ajudando a construir um mundo mais inclusivo para todos.
Por Redação Brazil Health