Neurologia
07 de Fevereiro de 2025

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Inteligência Artificial Analisa Voz para Detectar Doenças Neurodegenerativas

Tecnologia promete diagnósticos mais precoces e precisos para doenças como Parkinson e ELA

Cientistas da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo um sistema inovador baseado em inteligência artificial (IA) que analisa a voz e a fala para identificar doenças neurodegenerativas em estágios iniciais. A pesquisa, liderada pelo neurologista Dr. Hugo Botha, diretor associado do Programa de Inteligência Artificial de Neurologia da instituição, sugere que alterações sutis na fala podem ser o primeiro sinal de condições como Parkinson, esclerose lateral amiotrófica (ELA) e demências frontotemporais.

Segundo o especialista, o processo de fala envolve múltiplas funções cerebrais, desde a formulação do pensamento até a execução motora dos movimentos da boca e pulmões. “Se houver danos no cérebro devido a um AVC ou doenças neurodegenerativas, a tradução do pensamento em palavras pode falhar, assim como a sincronia dos movimentos necessários para a fala”, explica o Dr. Botha.

Monitoramento remoto por aplicativo

Para avançar no diagnóstico precoce, os pesquisadores da Mayo Clinic desenvolveram um aplicativo que permite aos pacientes gravar sua voz periodicamente, seja pelo celular ou pelo computador. Essas amostras são armazenadas em um banco de dados seguro e analisadas por algoritmos de IA.

“Os pacientes podem realizar os testes remotamente, a cada duas semanas ou meses. Isso nos permite acompanhar a evolução da doença ao longo do tempo, e não apenas em exames pontuais”, afirma Botha.

IA capta padrões imperceptíveis ao ouvido humano

Os algoritmos de IA estão sendo treinados para reconhecer alterações sutis na voz que médicos e ouvintes humanos não perceberiam, o que pode tornar o diagnóstico mais preciso e precoce.

“A IA pode detectar padrões na fala de pacientes que nem mesmo neurologistas experientes conseguiriam identificar. Esse avanço pode significar uma revolução na forma como diagnosticamos e tratamos doenças neurodegenerativas”, destaca o pesquisador.

Com um banco de dados crescente e refinamento dos algoritmos, a expectativa é que o exame de voz se torne uma ferramenta acessível e eficiente no rastreamento precoce de doenças neurológicas, facilitando tratamentos mais eficazes e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Por Redação Brazil Health

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