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Obesidade e Saúde Intestinal: Como Podem Aumentar o Risco de Alzheimer, Segundo Estudos
Pesquisas recentes têm revelado uma ligação preocupante entre a obesidade, o equilíbrio da microbiota intestinal e o risco de desenvolver Alzheimer. De acordo com um estudo da Escola de Medicina da Universidade de Washington, apresentado na reunião da Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA), a gordura visceral – que envolve órgãos abdominais – pode estar associada ao surgimento da doença até 20 anos antes dos primeiros sintomas.
A pesquisa analisou 80 indivíduos cognitivamente normais, com média de 50 anos de idade, e constatou que aqueles com obesidade apresentavam níveis mais elevados das proteínas beta-amiloide e tau, que são biomarcadores do Alzheimer. Para o Dr. Fernando de Barros, cirurgião bariátrico, o acúmulo de gordura provoca uma inflamação sistêmica relacionada à resistência à insulina, aumento do colesterol e triglicerídeos, fatores que afetam diretamente o cérebro.
O Relatório Nacional sobre a Demência, publicado pelo Ministério da Saúde, estima que 8,5% da população com 60 anos ou mais convive com demência, totalizando 2,71 milhões de brasileiros. Até 2050, esse número pode saltar para 5,6 milhões. No entanto, 45% dos casos poderiam ser prevenidos ou retardados com mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável, controle do peso e prática de exercícios.
Intestino e cérebro: uma conexão direta com o Alzheimer
Outra descoberta relevante aponta que o desequilíbrio da microbiota intestinal pode influenciar diretamente a saúde cerebral. Um estudo publicado na revista científica Cell mostrou que a desregulação das bactérias intestinais pode afetar os neurotransmissores e enfraquecer a barreira que protege o cérebro, tornando-o mais suscetível a inflamações e doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
“O nosso sistema nervoso central tem uma relação complexa com o intestino. O desequilíbrio entre as bactérias ‘boas’ e ‘ruins’ pode comprometer funções como memória, aprendizagem e até aumentar o risco de depressão e transtornos psiquiátricos”, explica o Dr. Marcus Tulius, neurologista.
Para minimizar esses riscos, especialistas destacam a importância da alimentação equilibrada, incluindo o consumo de probióticos e, em alguns casos, o transplante de microbiota intestinal como estratégias para fortalecer a saúde digestiva e cognitiva.
Os achados reforçam a necessidade de uma abordagem integrada na prevenção do Alzheimer, incluindo o controle do peso, a saúde intestinal e hábitos saudáveis para reduzir a vulnerabilidade do cérebro às doenças neurodegenerativas.
Por Redação Brazil Health