Neurologia
04 de Abril de 2025

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Parkinson Pode Atingir 25 Milhões Até 2050: Alerta Também Vale Para os Jovens

Uma pandemia silenciosa em curso

Estudo recente publicado pela revista British Medical Journal alerta: os casos de Parkinson devem mais que dobrar até 2050, saltando para 25 milhões no mundo — um crescimento de 112% em relação a 2021. No Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 200 mil pessoas convivam com a doença atualmente. Embora tradicionalmente associada à terceira idade, o Parkinson também pode acometer pessoas mais jovens, o que torna ainda mais urgente o debate sobre diagnóstico precoce e informação.

“O Parkinson não é exclusividade de idosos. Fatores ambientais, como exposição a toxinas, e fatores genéticos também contribuem. Quanto antes o diagnóstico, melhores as chances de manter a qualidade de vida”, alerta o médico e neurocientista Erich Fonoff, considerado uma das principais autoridades mundiais sobre o tema.

Quando o diagnóstico desafia o estereótipo

A história da executiva Giovana Vieira dos Santos ilustra bem esse desafio. Aos 45 anos, no auge da carreira e com hábitos saudáveis, ela começou a apresentar sintomas estranhos — como movimentos involuntários nas pernas durante a madrugada. Foram meses de exames, consultas com ortopedistas e nenhuma resposta. “Quem imaginaria que uma mulher saudável e produtiva teria uma doença ‘de velhos’?”, questiona.

O diagnóstico só veio após uma consulta com um neurologista, indicada por seu pai. No entanto, o tratamento inicial, mal orientado, agravou seu quadro. “Perdi os movimentos do lado direito do corpo”, relata. Só depois de iniciar o acompanhamento com o Dr. Fonoff, e receber a medicação correta, sua qualidade de vida começou a melhorar — e surgiu também a possibilidade de realizar futuramente a cirurgia de estimulação cerebral profunda (DBS).

Instituto transforma dor em mobilização

A experiência inspirou Giovana a criar, em janeiro de 2025, o Instituto Ame o Parkinson. A proposta é ambiciosa: informar, acolher, reunir pacientes e apoiar a busca por cura. “A falta de conhecimento é o maior desafio, e ela gera preconceito, diagnósticos tardios e desconfiança no ambiente de trabalho”, afirma.

Em abril, mês de conscientização sobre o Parkinson, o Instituto lança um livro homônimo escrito por Giovana, com relatos pessoais e imagens que documentam a progressão dos sintomas. A publicação aborda, ainda, os 32 diferentes tipos de Parkinson e como os sintomas variam de pessoa para pessoa.

“O amor é a nossa capacidade de confiar, entender e ter força nos dias bons e ruins. A vida não termina com o Parkinson. Muitas vezes, ela começa com ele”, declara Giovana, que hoje lidera uma causa que nasceu da própria dor. A iniciativa conta com apoio de instituições como a Boston Scientific, que promove ações internacionais de conscientização sobre a doença.

Por Redação Brazil Health

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