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Pesquisadores investigam a fala como ferramenta para diagnosticar doenças neurodegenerativas
Alterações na fala podem ser um dos primeiros indícios de doenças neurodegenerativas, segundo pesquisadores norte americanos. Um estudo está sendo conduzido para identificar padrões vocais que possam indicar doenças como Parkinson, esclerose lateral amiotrófica (ELA) e demências frontotemporais.
De acordo com o neurologista Hugo Botha, diretor associado do Programa de Inteligência Artificial de Neurologia da Mayo Clinic, a fala envolve processos complexos no cérebro, desde a formulação de pensamentos até a movimentação dos músculos responsáveis pela vocalização. Qualquer falha nesse circuito pode ser um sinal precoce de alterações neurológicas.
A pesquisa utiliza um aplicativo desenvolvido para coletar amostras de voz de pacientes em diferentes fases da doença. Com gravações feitas regularmente, os cientistas conseguem acompanhar a evolução das condições e alimentar um banco de dados que serve para treinar algoritmos de inteligência artificial.
“Há sinais sutis na voz e na fala que um ouvinte humano não perceberia, mas que um computador pode detectar. Nosso objetivo é desenvolver um sistema capaz de diferenciar doenças neurodegenerativas antes mesmo que os sintomas mais evidentes apareçam”, explica Botha.
Entre as doenças estudadas estão o Parkinson e suas variações atípicas, a ELA, a miastenia grave e algumas formas de demência que afetam diretamente a comunicação. Segundo o neurologista, o monitoramento contínuo da fala pode ser uma ferramenta de diagnóstico complementar para permitir intervenções mais precoces e melhorar o prognóstico dos pacientes.
Por Redação Brazil Health