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Privação de Sono Pode Fazer o Cérebro 'Comer a Si Mesmo', Alertam Especialistas

Autocanibalismo cerebral: quando o sono em falta vira ameaça

Dados da Fundação Oswaldo Cruz revelam um cenário preocupante: 72% dos brasileiros sofrem com algum tipo de distúrbio do sono. Dormir mal não apenas compromete o humor e a produtividade — pode literalmente danificar o cérebro. Segundo a neurocientista Drª Emily Pires, da BrainEstar, a privação de sono prolongada ativa um processo chamado astrocytic phagocytosis e microglial activation, em que células cerebrais começam a destruir conexões neurais de forma excessiva.

“É como se o cérebro entrasse em um modo de faxina extrema, degradando partes importantes das sinapses e dos neurônios, o que pode gerar perdas cognitivas funcionais”, explica a especialista.

Sono ruim prejudica memória, julgamento e controle emocional

Além da perda sináptica, a falta de sono compromete regiões cruciais do cérebro, como o hipocampo (memória), o córtex pré-frontal (tomada de decisão) e a amígdala (regulação emocional). Resultado: lapsos de memória, impulsividade, irritabilidade e dificuldade de concentração.

“A privação crônica também está ligada ao acúmulo de proteínas beta-amiloides, associadas ao Alzheimer, além de provocar inflamação cerebral e reduzir a formação de novos neurônios”, alerta Emily.

Neurofeedback: técnica ajuda a restaurar o equilíbrio cerebral

Para combater os efeitos da privação do sono, o professor Faria Pires, diretor técnico da BrainEstar, destaca o uso do neurofeedback, um treinamento cerebral com base em eletroencefalograma (EEG). “A técnica permite ao cérebro se autoregular, melhorando padrões de ondas cerebrais e favorecendo o relaxamento, o foco e o sono de qualidade.”
Entre os benefícios do neurofeedback, estão:

•    redução da ansiedade e do estresse
•    melhora na indução e manutenção do sono
•    aumento da concentração e da performance mental
•    reequilíbrio das funções do córtex pré-frontal, tálamo e sistema límbico

“O cérebro precisa descansar para funcionar bem. Treinar sua autorregulação é uma ferramenta poderosa para restaurar a saúde mental e prevenir doenças”, finaliza o professor.

Por Redação Brazil Health