Nutrologia
16 de Abril de 2025

3 min de leitura

Jejum intermitente sem orientação médica pode trazer riscos à saúde, alerta especialista

O jejum intermitente tem se popularizado entre pessoas que buscam emagrecimento rápido ou melhorias na saúde metabólica. Mas, apesar da fama, essa prática pode trazer riscos consideráveis à saúde, principalmente quando feita sem orientação médica. Um estudo apresentado na conferência Epidemiology and Prevention | Lifestyle and Cardiometabolic Scientific Sessions 2024, da American Heart Association, revelou que adeptos do jejum intermitente tiveram maior risco de morte por doenças cardiovasculares.

Riscos vão além do coração

De acordo com o nutrólogo Daniel Magnoni, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, os riscos vão muito além do sistema cardiovascular. “A interrupção prolongada das refeições pode gerar consumo insuficiente de nutrientes, resultando em fraqueza, tontura e falta de concentração”, alerta o especialista, que também é presidente do Instituto de Metabolismo e Nutrição (Imen).

Magnoni reforça que o jejum pode ser especialmente perigoso para:

. gestantes e lactantes

. crianças e adolescentes

. idosos

. pessoas com diabetes

Nesses casos, a prática pode causar flutuações perigosas nos níveis de glicose e levar à hipoglicemia, além de afetar o equilíbrio hormonal e metabólico.

Perda de massa magra e transtornos alimentares

Outro ponto de atenção é o impacto do jejum intermitente sobre a saúde muscular. “A perda de massa magra pode ocorrer com rapidez, especialmente quando a alimentação durante os períodos permitidos não é equilibrada. Isso compromete a força e a funcionalidade do corpo”, explica Magnoni.

A relação com a comida também pode ser afetada. Práticas extremas ou não supervisionadas podem favorecer distúrbios alimentares como compulsão e anorexia, além de sintomas como irritabilidade, cansaço extremo e baixo rendimento em atividades diárias.

Jejum intermitente não é para todos

O jejum intermitente alterna períodos de jejum com janelas de alimentação e existe em formatos variados, como 16/8 ou 5/2. Ainda assim, não deve ser adotado por conta própria. “Cada organismo reage de forma diferente. O que funciona para uns, pode prejudicar outros”, destaca o médico.

Para quem deseja cuidar da saúde e manter o peso sob controle, o especialista recomenda priorizar uma alimentação equilibrada, com variedade de nutrientes, em vez de dietas restritivas. “A base de uma boa saúde continua sendo a combinação de alimentação adequada, atividade física regular e sono de qualidade. Estratégias como o jejum devem ser vistas como recursos pontuais e avaliadas caso a caso”, conclui.

Por Redação Brazil Health

Tags relacionadas: