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Bleachorexia: Quando o Clareamento Dental se Transforma em Comportamento Compulsivo

O clareamento dental é um dos procedimentos estéticos mais populares no Brasil, com cerca de 12 milhões de pessoas buscando consultórios odontológicos para melhorar a estética do sorriso, segundo a Associação Brasileira da Indústria Médica, Odontológica e Hospitalar (ABIMO). No entanto, o que deveria ser um cuidado com a autoestima pode se transformar em um comportamento obsessivo, conhecido como bleachorexia — um transtorno caracterizado pela compulsão por dentes cada vez mais brancos.

De acordo com o Dr. Sérgio Brossi Botta, presidente da Câmara Técnica de Dentística do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), a bleachorexia tem sintomas semelhantes ao transtorno dismórfico corporal, em que o paciente apresenta uma preocupação excessiva com supostos defeitos estéticos. “Esses pacientes tendem a buscar repetidamente o clareamento dental, mesmo quando já alcançaram resultados satisfatórios, o que pode causar danos irreversíveis à saúde bucal”, alerta o especialista.

O uso indiscriminado de agentes clareadores, como o peróxido de hidrogênio, pode levar à erosão do esmalte, sensibilidade extrema, inflamações na gengiva e até danos à estrutura dentária. O diagnóstico da bleachorexia exige uma abordagem cuidadosa por parte dos dentistas, que devem avaliar o histórico odontológico e as motivações do paciente, além de identificar sinais de insatisfação crônica com o próprio sorriso.

O tratamento envolve uma atuação multiprofissional, com o suporte de dentistas, psicólogos e psiquiatras, visando abordar não apenas os sintomas físicos, mas também as causas emocionais do transtorno. “O clareamento tem um limite fisiológico, conhecido como ponto de saturação, além do qual não é possível obter resultados mais brancos. Reconhecer isso é fundamental para prevenir o uso excessivo e seus riscos”, conclui o Dr. Sérgio.

Por Redação Brazil Health