Oftalmologia
12 de Março de 2025

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Mulheres Enxergam Diferente dos Homens e Têm o Dobro de Casos de Olho Seco

Estudo aponta que fatores hormonais, uso de telas e alterações ambientais impactam mais a saúde ocular feminina.

A visão masculina e feminina apresenta diferenças significativas em aspectos fisiológicos e anatômicos. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, homens tendem a ter melhor visão à distância, foco e atenção visual, o que favorece atividades como a direção. Já as mulheres possuem maior percepção de cores, visão noturna mais aguçada e sensibilidade à luz, devido à presença de dois cromossomos X, que carregam genes responsáveis pela captação de cores na retina.

Além dessas particularidades, um levantamento feito com 310 pacientes do hospital revelou que o olho seco – condição que afeta a lubrificação ocular – é duas vezes mais comum entre mulheres. Segundo o especialista, a doença ocorre devido a alterações na qualidade ou quantidade da lágrima, que protege, oxigena e hidrata a superfície ocular.

Sintomas e causas do olho seco

Os principais sintomas incluem:

• visão embaçada

• sensação de areia nos olhos

• ardência

• vermelhidão

• sensibilidade à luz (fotofobia)

No entanto, o oftalmologista alerta que 11% dos casos podem ser assintomáticos, dificultando o diagnóstico precoce. Entre as principais causas estão menopausa, andropausa, doenças autoimunes e o uso de antidepressivos, anti-hipertensivos e antialérgicos.

O tipo evaporativo do olho seco é o mais frequente, representando 70% dos casos. Ele ocorre devido à obstrução das glândulas lacrimais, responsáveis pela camada lipídica da lágrima, que evita sua evaporação.

O impacto das telas e outros fatores de risco

O uso excessivo de telas é um dos principais fatores de risco para o olho seco. “Piscamos cerca de 20 vezes por minuto, mas diante do computador ou do celular, essa frequência cai para 6 ou 7 vezes, o que acelera a evaporação da lágrima”, explica Queiroz Neto.

Outros fatores que aumentam o risco incluem:

• baixo consumo de alimentos ricos em ômega-3 (salmão, sardinha, castanhas)

• ingestão insuficiente de água

• uso incorreto de lentes de contato

• diabetes

• cicatrizes na córnea e ceratocone

• blefarite (inflamação na borda das pálpebras)

Tratamentos e prevenção

O tratamento do olho seco pode incluir o uso de colírios lubrificantes, implante de plugue lacrimal e até aplicações de luz pulsada, que estimulam a produção da camada lipídica da lágrima, reduzindo o desconforto.

Para prevenir o problema, o especialista recomenda:

• Piscar voluntariamente ao usar telas por muito tempo

• Fazer pausas a cada 20 minutos, olhando para um ponto distante por 20 segundos

• Posicionar o computador abaixo da linha dos olhos para reduzir a evaporação da lágrima

• Evitar telas uma hora antes de dormir para melhorar a qualidade do sono

• Manter a higiene das pálpebras, limpando a borda com cotonete embebido em xampu neutro

• Beber bastante água para manter a hidratação dos olhos

• Incluir ômega-3 na dieta, com alimentos como abacate, castanhas e peixes gordurosos

Com esses cuidados, é possível preservar a saúde ocular e reduzir o risco do olho seco, condição que tem se tornado cada vez mais frequente na população.

Por Redação Brazil Health

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