Oncologia
11 de Março de 2025

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Brasil Avança no Combate ao Câncer de Colo do Útero com Vacinação, Exames e Novos Tratamentos

Retomada da imunização escolar contra o HPV e novas incorporações ao SUS fortalecem a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, alinhando o país às metas da OMS para erradicação do câncer de colo do útero.

O Brasil deu passos importantes rumo à eliminação do câncer de colo do útero como problema de saúde pública. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) destaca avanços recentes, como a ampliação da vacinação contra o HPV nas escolas e a incorporação da videolaparoscopia e do teste molecular HPV-DNA ao Sistema Único de Saúde (SUS). Essas iniciativas fortalecem a prevenção, o rastreamento e o tratamento da doença, que é a terceira mais comum entre as mulheres no país.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a previsão para 2025 é de mais de 17 mil novos casos da doença no Brasil. “O movimento Brasil sem Câncer do Colo do Útero, promovido por sociedades médicas como a SBCO, coloca o país entre as nações protagonistas na meta de eliminar essa doença nas próximas gerações”, destaca o cirurgião oncológico Reitan Ribeiro, vice-presidente da SBCO.

As metas da OMS e o papel do Brasil

A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu três metas essenciais para a erradicação global do câncer de colo do útero, nas quais o Brasil tem avançado:

Vacinação: imunizar 90% das meninas de 9 a 14 anos contra o HPV.

Rastreamento: garantir que 70% das mulheres de 35 e 45 anos realizem o teste de HPV-DNA.

Tratamento: assegurar que 90% das mulheres com lesões iniciais recebam tratamento adequado.

A introdução do exame molecular HPV-DNA no SUS representa um avanço significativo, pois permite a identificação do vírus antes mesmo da ocorrência de lesões pré-cancerígenas, aumentando as chances de prevenção e tratamento precoce.

Avanços no tratamento e fatores de risco

O câncer de colo do útero pode ser tratado com cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e terapia-alvo, dependendo do estágio da doença. Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura ultrapassam 90%. “Nos últimos anos, novas técnicas cirúrgicas e terapias inovadoras melhoraram os resultados e a qualidade de vida das pacientes”, afirma Reitan Ribeiro.

Entre os fatores de risco para a doença, destacam-se:

• Infecção persistente por HPV sem tratamento

• Histórico familiar de câncer ginecológico

• Início precoce da vida sexual e múltiplos parceiros

• Tabagismo, que reduz a imunidade e favorece infecções

Prevenção: vacinação e exames são essenciais

A vacina contra o HPV, disponível gratuitamente no SUS, é indicada para meninas e meninos de 9 a 14 anos, além de grupos de risco, como transplantados, pacientes oncológicos e pessoas vivendo com HIV/Aids.

Além da imunização, é fundamental que mulheres realizem exames preventivos como o Papanicolau e, quando indicado, o teste HPV-DNA. O uso de preservativos também auxilia na redução da transmissão do vírus.

Com esses avanços, o Brasil caminha para se tornar um exemplo mundial na erradicação do câncer de colo do útero, reforçando a importância de políticas públicas eficazes na prevenção e no tratamento da doença.

Por Redação Brazil Health

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