Oncologia
04 de Fevereiro de 2025

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Câncer: Avanços em Imunoterapia, Genética e Diagnóstico Precoce Aumentam as Chances de Cura

Com o avanço das terapias oncológicas, o Brasil entra em uma nova era no combate ao câncer, apoiado por inovações como a imunoterapia, a medicina personalizada e tecnologias que possibilitam diagnósticos mais precoces. Segundo projeções do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o país terá 704 mil novos casos da doença em 2025, refletindo um crescimento global preocupante. O cenário é desafiador, mas a ciência tem avançado para oferecer tratamentos mais eficazes e acessíveis.

O câncer de mama continua sendo o mais incidente entre as mulheres, com cerca de 74 mil novos casos anuais, seguido pelo câncer de próstata, que acomete aproximadamente 72 mil homens. O aumento de diagnósticos entre jovens é outro alerta. Hoje, o câncer é a principal causa de morte não-externa em pessoas com até 29 anos. “Precisamos adaptar os protocolos e garantir que jovens recebam tratamentos específicos para suas características biológicas”, destaca o oncologista Carlos Gil Ferreira,.

A medicina de precisão tem sido uma grande aliada no enfrentamento da doença. Atualmente, 43% dos novos tratamentos aprovados se baseiam na análise genética dos tumores, permitindo que terapias mais eficazes sejam direcionadas para cada tipo de câncer. A imunoterapia, por sua vez, revolucionou o tratamento ao estimular o próprio sistema imunológico do paciente a combater células tumorais. Tecnologias como as terapias CAR-T, que já apresentam bons resultados contra cânceres hematológicos, seguem em estudos para aplicação em tumores sólidos.

Outra promessa são as vacinas terapêuticas contra o câncer, desenvolvidas a partir da tecnologia de RNA mensageiro, a mesma utilizada nas vacinas contra a Covid-19. A técnica permite programar o sistema imunológico para atacar células cancerígenas de forma mais eficiente, abrindo caminho para tratamentos menos invasivos e com menos efeitos colaterais.

O diagnóstico precoce também está se transformando com a ajuda da inteligência artificial. Ferramentas baseadas em IA já conseguem analisar exames de imagem e identificar padrões de agressividade dos tumores, tornando a triagem mais precisa e permitindo tratamentos mais rápidos e eficazes.

O desafio agora é garantir que esses avanços cheguem à população de forma ampla e igualitária. No Brasil, o acesso ao rastreamento e ao tratamento ainda é desigual, principalmente em regiões com menor infraestrutura de saúde. O aumento na incidência global da doença – projetado para crescer 76% até 2050 – exige esforços coordenados para que inovações científicas possam beneficiar um número maior de pacientes.

“A luta contra o câncer não é apenas uma questão médica, mas também de políticas públicas e acesso à informação”, ressalta Ferreira. “Estamos avançando como nunca, mas a ciência só será eficaz se conseguirmos levar esses avanços a todos que precisam.”

Por Redação Brazil Health

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