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Câncer Colorretal em Jovens: Sinais Ignorados Podem Atrasar o Diagnóstico e Complicar o Tratamento

O câncer colorretal, antes considerado uma doença de pessoas mais velhas, tem sido diagnosticado com mais frequência em jovens. A cantora Ananda Paixão, diagnosticada aos 23 anos com um câncer de reto em estágio avançado, é um exemplo dessa realidade preocupante. Durante um ano e meio, a artista buscou ajuda médica para sintomas persistentes, como sangramento nas fezes, aumento das idas ao banheiro e secreção mucosa. Só após passar por três médicos e realizar uma colonoscopia o câncer foi detectado.

“Os médicos achavam que o sangramento era causado por fissuras no ânus. Como eu era jovem, o câncer foi descartado sem exames mais aprofundados”, relata Ananda. Para o Dr. Lucas Nacif, cirurgião gastrointestinal e membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD), essa demora no diagnóstico é comum. “Cada vez mais recebo pacientes jovens com câncer de intestino. Muitas vezes, o tumor só é descoberto em estágios avançados, quando os sintomas já estão intensos”, explica.

A doença se desenvolve a partir de pólipos adenomatosos no intestino, que podem se tornar cancerígenos ao longo do tempo. Entre os principais fatores de risco estão dieta pobre em fibras e rica em carnes processadas, tabagismo, consumo excessivo de álcool e histórico familiar da doença. No entanto, mesmo indivíduos sem esses fatores podem ser diagnosticados, reforçando a importância dos exames preventivos.

O tratamento depende do estágio do tumor. Em fases iniciais, a cirurgia pode ser suficiente, enquanto casos avançados exigem quimioterapia e radioterapia. O Dr. Nacif alerta que a detecção precoce aumenta significativamente as chances de cura, chegando a 90%. “Se houver qualquer sinal persistente, como alteração no hábito intestinal, sangramento ou dor abdominal, é essencial buscar avaliação médica. A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para salvar vidas”, conclui.

Por Redação Brazil Health