Oncologia
27 de Fevereiro de 2025

3 min de leitura

Câncer de Bexiga: Diagnóstico Precoce e Avanços em Tratamentos Podem Salvar Vidas

Doença já causou mais de 800 mil mortes no mundo; especialistas alertam para sinais e avanços no tratamento

O câncer de bexiga é uma das doenças malignas mais incidentes em homens e já causou mais de 800 mil mortes no mundo entre 2019 e 2023. No Brasil, foram registrados mais de 19 mil óbitos no período. Embora o tabagismo seja o principal fator de risco, infecções urinárias recorrentes, predisposição genética e exposição a substâncias químicas industriais também aumentam a probabilidade de desenvolver a doença. Especialistas reforçam a importância da prevenção e do diagnóstico precoce para aumentar as chances de sucesso no tratamento.

Como o câncer de bexiga se desenvolve?

O câncer de bexiga surge nas células de transição do trato urinário, que revestem a bexiga, os ureteres e a uretra. O tumor se forma quando essas células crescem de maneira descontrolada e acelerada. Segundo o oncologista Avivit Peer, do Rambam Health Care Campus, em Israel, a doença se apresenta de duas formas principais:

. Tumores superficiais: estão na fase inicial e não penetraram nas camadas mais profundas da bexiga. A maioria dos casos é diagnosticada neste estágio, permitindo a remoção cirúrgica do tumor e, em alguns casos, tratamentos complementares com medicamentos.

. Tumores invasivos: afetam a musculatura da bexiga ou se espalham para outros órgãos e linfonodos. Quando o câncer atinge esse estágio, o tratamento pode incluir cirurgia para remoção da bexiga, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.

Sinais de alerta: quando procurar um médico?

O principal sintoma do câncer de bexiga é a presença de sangue na urina. Em alguns casos, o sangramento é visível, mas, em outros, só pode ser detectado por exames laboratoriais. “Se houver qualquer alteração na cor da urina ou suspeita de sangue, é essencial buscar atendimento médico imediato”, alerta Peer.

Outros sinais que podem indicar a doença incluem:

. Dor ou ardência ao urinar

. Aumento da frequência urinária

. Sensação de bexiga sempre cheia

. Dor lombar sem causa aparente

Especialmente em mulheres, a doença pode ser confundida com infecções urinárias recorrentes, o que pode atrasar o diagnóstico. “Infelizmente, muitas mulheres são diagnosticadas tardiamente porque os sintomas são atribuídos a infecções do trato urinário. É fundamental aumentar a conscientização de que o câncer de bexiga não afeta apenas os homens”, enfatiza o especialista.

Novos tratamentos aumentam a sobrevida

Até recentemente, a quimioterapia era a principal opção terapêutica para casos avançados da doença. No entanto, os avanços da medicina trouxeram a imunoterapia como um dos tratamentos mais promissores.

“A imunoterapia estimula o sistema imunológico do paciente a reconhecer e atacar as células cancerígenas, melhorando significativamente as taxas de sobrevida”, explica Peer. Hoje, combinações de imunoterapia com outros tratamentos aumentam a eficácia do combate ao câncer e, em alguns casos, oferecem até mesmo uma chance de cura.

A detecção precoce continua sendo a melhor forma de garantir tratamentos menos invasivos e maior taxa de sucesso. Para isso, exames regulares e a atenção a sintomas incomuns são essenciais. “Os avanços no tratamento representam um novo horizonte para os pacientes, permitindo melhores resultados e maior qualidade de vida”, conclui Peer.

Por Redação Brazil Health

Tags relacionadas: