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Câncer de Colo do Útero Afeta 15 a Cada 100 Brasileiras, Mas Pode Ser Prevenido
Doença está entre as mais incidentes no país, mas vacinação e rastreamento podem eliminar novos casos nos próximos anos.
O câncer de colo do útero está entre os quatro tipos de câncer mais comuns em pessoas com o órgão, atingindo cerca de 15 a cada 100 brasileiras. Apesar do alto índice, trata-se de uma das neoplasias mais preveníveis, já que sua principal causa é o papilomavírus humano (HPV), vírus sexualmente transmissível que pode ser evitado por meio da imunização.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lidera um esforço global para erradicar a doença até 2030, promovendo o acesso à vacinação, exames preventivos e tratamento precoce. “A cada 10 pessoas sexualmente ativas, oito já tiveram contato com o HPV, mas apenas duas ou três desenvolvem alterações celulares que podem evoluir para o câncer”, explica a oncologista Dra. Michelle Samora.
Vacinação: um passo essencial na prevenção
Atualmente, duas vacinas contra o HPV estão disponíveis no Brasil:
• HPV4: protege contra quatro subtipos do vírus.
• HPV9: recomendada pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), amplia a proteção contra nove subtipos e reduz casos de cânceres do colo do útero, vulva, vagina, ânus, pênis e orofaringe, além de verrugas genitais.
A vacina é indicada para meninas e meninos de 9 a 45 anos e está disponível no SUS para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos.
Desafios da vacinação no Brasil
Segundo a OMS, para eliminar o câncer de colo do útero como problema de saúde pública, 90% da população até 15 anos deveria estar imunizada. No entanto, os índices brasileiros ainda estão abaixo da meta:
• Meninas: 75,81% receberam a vacina.
• Meninos: apenas 52,16% foram imunizados.
A baixa cobertura vacinal está associada a fatores como desinformação e falta de acesso a serviços de saúde, especialmente em populações de menor poder aquisitivo. “É fundamental ampliar as campanhas de conscientização sobre a vacina, que não incentiva o início precoce da vida sexual, mas protege a longo prazo quem optar por iniciar a vida sexual mais tarde”, reforça a Dra. Michelle.
Diagnóstico precoce faz a diferença
Muitos casos de câncer de colo do útero podem ser evitados com exames de rotina, como o Papanicolau e o teste molecular HPV-DNA, que identificam lesões precursoras antes da evolução para um tumor. “Lesões iniciais podem ser tratadas com maior eficácia e menos sequelas. Quanto antes for feito o diagnóstico, maiores são as chances de cura”, alerta a especialista.
Com a ampliação da imunização, rastreamento adequado e tratamento precoce, o Brasil pode se tornar um exemplo na erradicação do câncer de colo do útero, garantindo que futuras gerações vivam livres dessa doença.
Por Redação Brazil Health