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Câncer de Esôfago Pode Aumentar 80% Até 2050: Prevenção Passa por Hábitos Saudáveis
Câncer de esôfago pode crescer 80% até 2050: hábitos de vida são principais causas e prevenção é possível
Refluxo, cigarro, álcool e obesidade estão entre os principais fatores de risco para o tipo de câncer que matou o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica
O câncer de esôfago, responsável por mais de 500 mil diagnósticos ao ano no mundo, pode atingir 922 mil casos até 2050 se não houver mudanças significativas nos hábitos da população. A projeção é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que chama atenção para o impacto de fatores evitáveis como tabagismo, etilismo, obesidade e refluxo não tratado.
No Brasil, a estimativa para 2025 é de 8.200 casos em homens e 2.790 em mulheres, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). O tumor é quase três vezes mais frequente no sexo masculino. “A maioria dos casos está relacionada a inflamação crônica do esôfago, algo evitável com mudanças de estilo de vida”, explica o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
Fatores de risco e formas de prevenção
evitar o tabagismo em qualquer forma: cigarro, charuto, narguilé ou eletrônico
não consumir bebidas alcoólicas em excesso
tratar adequadamente o refluxo gastroesofágico
reduzir o consumo de bebidas muito quentes
manter o peso corporal adequado
ter uma dieta rica em frutas, legumes e vegetais coloridos
A doença também pode surgir em quem tem esôfago de Barrett, condição em que o refluxo ácido crônico provoca alterações pré-cancerosas nas células do esôfago.
Tipos, sintomas e diagnóstico
Existem dois tipos principais de câncer de esôfago: o carcinoma de células escamosas, mais comum nas partes superiores e médias, e o adenocarcinoma, que atinge a parte inferior. Entre os sintomas que merecem atenção estão:
dificuldade para engolir
perda de peso sem causa aparente
dor no peito ou queimação
tosse persistente ou rouquidão
piora da azia
O diagnóstico costuma envolver exames como endoscopia com biópsia, tomografia, broncoscopia e PET scan. A detecção precoce é fundamental: quando descoberto em estágio inicial, quase metade dos pacientes sobrevive cinco anos ou mais após o tratamento.
Tratamento e cirurgia
A principal abordagem terapêutica é a esofagectomia, que pode ser parcial ou total. O procedimento é feito por técnicas abertas ou minimamente invasivas (laparoscopia ou robótica), com reconstrução do canal alimentar usando o próprio estômago ou segmentos do intestino. Casos avançados podem requerer quimioterapia, radioterapia ou cirurgia com finalidade paliativa.
“Infelizmente, quatro em cada dez casos no Brasil são diagnosticados com metástase. Por isso, precisamos de mais campanhas e maior acesso a exames para mudar esse cenário”, alerta o presidente da SBCO.
Por Redação Brazil Health