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Câncer de Fígado em Jovens: Crescimento Preocupante e Alerta para a Prevenção
O câncer de fígado tem se tornado uma preocupação crescente, especialmente entre a população jovem. De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre 2023 e 2025, o Brasil deve registrar cerca de 10,7 mil novos casos da doença por ano. O aumento está diretamente ligado a fatores como alimentação inadequada, consumo excessivo de álcool e sedentarismo, características marcantes do estilo de vida moderno.
Uma das principais condições associadas ao desenvolvimento do câncer hepático é a esteatose hepática, conhecida como gordura no fígado. Estudos apontam que 30% da população brasileira sofre com esse problema, muitas vezes sem saber. "Tenho atendido cada vez mais pacientes com menos de 30 anos diagnosticados com gordura no fígado. O estilo de vida moderno, com dietas desequilibradas e falta de atividade física, tem contribuído para esse aumento", alerta o Dr. Lucas Nacif, cirurgião gastrointestinal e membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD).
Uma pesquisa da American Association for the Study of Liver Diseases apontou que a América do Sul teve o maior aumento de casos de esteatose hepática entre adolescentes nos últimos 29 anos. "Nosso corpo não está preparado para lidar com o ritmo acelerado e uma rotina inadequada. A sobrecarga de gordura no fígado compromete a saúde do órgão e pode afetar outras funções vitais, como a regulação hormonal e a eliminação de toxinas", explica o especialista.
O risco de evolução da gordura no fígado para o câncer é alto. A inflamação crônica pode levar à esteato-hepatite e, posteriormente, à cirrose, estágio no qual o fígado perde suas funções normais e aumenta significativamente o risco de tumores. O carcinoma hepatocelular, tipo mais comum do câncer de fígado, está frequentemente associado a condições pré-existentes como hepatite B e C, cirrose e acúmulo de gordura hepática.
Os sintomas mais comuns incluem dor ou sensação de peso no lado direito do abdômen, cansaço excessivo, perda de apetite, icterícia (pele e olhos amarelados) e inchaço abdominal. "Se esses sinais forem notados, é essencial procurar um médico para investigação", reforça o Dr. Nacif.
A prevenção continua sendo a melhor estratégia contra o câncer hepático. Adotar uma alimentação equilibrada, reduzir o consumo de álcool e praticar atividades físicas regularmente são atitudes fundamentais para a saúde do fígado. "O diagnóstico precoce pode aumentar as chances de sucesso do tratamento em até 80%, dependendo do estágio da doença. Quanto mais cedo identificado, maiores são as possibilidades de um tratamento eficaz, que pode incluir cirurgia, radiação, quimioterapia ou até transplante de fígado nos casos mais graves", conclui o especialista.
Por Redação Brazil Health