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Câncer de Pâncreas: 70% dos Casos Acontecem Após os 65 Anos
Doença silenciosa tem fatores de risco como tabagismo, obesidade e diabetes tipo 2
O guitarrista Tony Bellotto, da banda Titãs, anunciou nesta segunda-feira (3) que foi diagnosticado com um tumor no pâncreas e passará por cirurgia. O câncer pancreático é um dos mais agressivos e, segundo o National Cancer Institute (NCI), dos Estados Unidos, cerca de 70% dos casos ocorrem em pessoas com 65 anos ou mais. Quando considerada também a faixa etária de 55 a 64 anos, a incidência chega a 90% dos diagnósticos.
Os primeiros sintomas costumam ser inespecíficos, incluindo fadiga, perda de peso, dor abdominal, icterícia (pele e olhos amarelados), náuseas e dores nas costas. Não há um exame de rastreamento eficaz para detectar precocemente a doença, o que reforça a importância da atenção a fatores de risco como tabagismo, obesidade e histórico familiar. “Pacientes que desenvolvem diabetes inesperadamente em idade avançada ou que apresentam piora no controle da glicemia sem explicação devem ser avaliados para descartar a presença do câncer de pâncreas”, explica o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
Tratamento e prevenção
A detecção precoce é um dos maiores desafios da doença. Quando diagnosticado em estágios iniciais, a taxa de sobrevida em cinco anos pode chegar a 44%, segundo o levantamento SEER (Surveillance, Epidemiology, and End Results Program) do NCI. Exames de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética, são ferramentas importantes para avaliar pacientes de alto risco.
O tratamento depende do estágio da doença e das condições do paciente. “A cirurgia é a abordagem mais eficaz e pode ser curativa nos casos iniciais, embora apenas 20% dos pacientes sejam diagnosticados em uma fase operável. Quando a doença já está disseminada, a cirurgia paliativa pode aliviar sintomas e prevenir complicações”, explica Pinheiro. Além disso, quimioterapia e radioterapia podem ser indicadas para aumentar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida.
Para reduzir os riscos, especialistas recomendam alimentação equilibrada, prática regular de atividades físicas e acompanhamento médico em caso de histórico familiar da doença. “A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para aumentar as chances de tratamento e sobrevida”, reforça Pinheiro.
Por Redação Brazil Health