Oncologia
20 de Fevereiro de 2025

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Câncer de Pele: 60% dos Pacientes Podem Desenvolver Novo Tumor em Até 10 Anos

Ter um diagnóstico de câncer de pele não melanoma aumenta significativamente o risco de desenvolver um segundo tumor cutâneo maligno. De acordo com um estudo publicado no JAMA Dermatology, cerca de 60% dos pacientes diagnosticados com câncer de pele não melanoma terão um novo tumor em até 10 anos. O alerta reforça a importância do acompanhamento clínico para diagnóstico precoce e controle da doença.

A atriz Ísis de Oliveira revelou recentemente, por meio das redes sociais, que enfrenta um segundo câncer de pele no rosto, o que é uma ocorrência comum entre pacientes que já tiveram a doença. O caso dela se soma ao de outras celebridades que lidaram com múltiplos tumores de pele, como Hugh Jackman, Diane Keaton e Khloe Kardashian.

Acompanhamento regular é essencial

Segundo o National Comprehensive Cancer Network (NCCN), pacientes diagnosticados com câncer basocelular – tipo mais comum da doença – devem passar por avaliações a cada 6 a 12 meses. Já os casos de carcinoma espinocelular, uma forma mais agressiva, exigem acompanhamento a cada 3 a 6 meses nos primeiros anos.

De acordo com o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), o rastreamento é fundamental para evitar recorrências e tratar novas lesões precocemente. “Pacientes de alto risco devem realizar exames clínicos periódicos, dermatoscopia digital e biópsias de lesões suspeitas para garantir um diagnóstico precoce e evitar complicações futuras”, explica.

Fatores de risco para recorrência

Embora o câncer de pele não melanoma tenha altas taxas de cura, alguns fatores podem aumentar o risco de um segundo tumor:

. Exposição intensa ao sol sem proteção, especialmente antes dos 30 anos

. Tumores anteriores maiores que 2 cm

. Presença de lesões em áreas críticas, como rosto, nariz, lábios, mãos e pés

. Histórico de múltiplos tumores antes do diagnóstico inicial

. Imunossupressão (pacientes transplantados ou em tratamento imunossupressor)

Um estudo espanhol, realizado com quase 5 mil pacientes, mostrou que homens têm 160% mais risco de desenvolver um segundo câncer de pele em comparação às mulheres.

Câncer de pele: dados preocupantes

O câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são esperados 220 mil novos casos de câncer de pele não melanoma apenas em 2025.

Os principais fatores de risco incluem:

. Exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h

. Histórico familiar da doença

. Profissões com exposição solar intensa (trabalhadores ao ar livre)

. Uso de bronzeamento artificial

. Baixa imunidade devido a doenças ou tratamentos médicos

O diagnóstico é feito por meio de exame clínico, dermatoscopia e, em casos suspeitos, biópsia da lesão. O tratamento pode envolver cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia, dependendo da gravidade do caso.

“A cirurgia é altamente eficaz na maioria dos casos, principalmente quando a lesão é identificada precocemente. Pacientes devem estar atentos a novas pintas ou alterações nas existentes, como crescimento, bordas irregulares e variação de cores”, alerta Rodrigo Nascimento Pinheiro.

Prevenção: a melhor estratégia

A melhor forma de evitar a recorrência do câncer de pele é proteger-se do sol diariamente. O uso de protetor solar com FPS 30 ou superior, roupas com proteção UV e evitar a exposição nos horários de pico são medidas fundamentais para reduzir os riscos.

Para quem já teve um tumor, o acompanhamento dermatológico frequente é essencial para um rastreamento eficaz e diagnóstico precoce, garantindo maiores chances de controle e tratamento.

Por Redação Brazil Health

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