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Cuidados Paliativos: O Pilar Invisível no Tratamento e Conforto de Pacientes com Câncer
Com a crescente incidência de câncer no Brasil - estimada em 483 mil novos casos anuais até 2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) - o foco no tratamento vai além da cura. Os cuidados paliativos emergem como uma abordagem fundamental para garantir qualidade de vida, oferecendo alívio de sintomas físicos e suporte emocional desde o diagnóstico até as fases mais avançadas da doença.
No Brasil, cerca de 625 mil pessoas necessitam desse tipo de assistência, de acordo com o Ministério da Saúde, que lançou em 2024 a Política Nacional de Cuidados Paliativos no SUS. O plano prevê a criação de 1,3 mil equipes especializadas para atender pacientes com doenças crônicas, graves ou em fase terminal.
“O cuidado paliativo não se resume ao fim da vida. Ele deve ser integrado ao tratamento desde o início, independentemente do estágio da doença ou da expectativa de cura”, destaca o oncologista e médico paliativista Munir Murad.
O objetivo central é o alívio do sofrimento em todas as suas dimensões: física, emocional, psicológica e espiritual. Além do controle de sintomas como dor, fadiga e falta de ar, o suporte emocional ajuda pacientes e famílias a enfrentar o impacto do diagnóstico e as mudanças de vida que ele impõe. “Trata-se de um cuidado que respeita a individualidade e as prioridades de cada paciente”, reforça Murad.
Outro aspecto crucial é a comunicação empática e transparente, fundamental para decisões compartilhadas entre médicos, pacientes e familiares. Isso facilita o alinhamento de expectativas e garante que as escolhas de tratamento estejam de acordo com os valores do paciente.
Murad ressalta que a integração precoce dos cuidados paliativos pode melhorar significativamente a qualidade de vida, aumentar a adesão ao tratamento e, em alguns casos, até prolongar a sobrevida. “Mais do que tratar a doença, cuidamos da pessoa. O objetivo é preservar a dignidade do paciente em todas as fases da jornada oncológica”, conclui.
Por Redação Brazil Health