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Desigualdade e Câncer Infantil: Como Sua Região Pode Influenciar o Tratamento e as Chances de Cura
Fevereiro é um mês de conscientização global sobre o câncer, marcado por duas datas importantes: o Dia Mundial do Câncer, que foi dia 4 de fevereiro e o Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil, que acontece hoje. Ambas as ocasiões reforçam a necessidade de diagnóstico precoce e acesso ao tratamento adequado para aumentar as chances de cura.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil deve registrar 704 mil novos casos da doença por ano entre 2023 e 2025. No caso do câncer infantil, estima-se cerca de 7.930 novos diagnósticos anuais em crianças e adolescentes de até 19 anos. Dados da revista The Lancet apontam que a detecção precoce pode elevar em até 70% as chances de cura, tornando a conscientização um fator crucial na luta contra a doença.
A desigualdade no acesso ao tratamento
Além do diagnóstico precoce, o acesso a um tratamento eficaz ainda é um desafio no Brasil. Segundo Bianca Provedel, CEO do Instituto Ronald McDonald, a taxa média de sobrevivência ao câncer infantil no país é de 64%, abaixo da meta de 80% estabelecida por países de alta renda.
“A desigualdade regional é um fator preocupante: no Norte, a taxa de sobrevida é de 50%, enquanto no Sul chega a 75%. Ou seja, uma criança tratada no Norte tem 25% menos chances de sobrevivência do que uma atendida no Sul”, explica Bianca.
Iniciativas para mudar esse cenário
O Instituto Ronald McDonald, que completa 26 anos de atuação em 2025, é o maior investidor social privado em oncologia pediátrica no Brasil. Com mais de R$ 405 milhões investidos e 13 milhões de pessoas impactadas, a instituição trabalha em diversas frentes, como:
• Programa Diagnóstico Precoce: capacitação de profissionais da saúde e educação para identificar sinais e sintomas da doença. Até o momento, já formou mais de 40 mil profissionais e estudantes de saúde.
• Programa Casa Ronald McDonald e Espaço da Família: hospedagem e suporte psicossocial para famílias em tratamento, reduzindo taxas de abandono e o impacto emocional da doença. Segundo pesquisa de 2024, 84,7% das famílias atendidas não teriam onde se hospedar sem esse apoio.
• Ações para reduzir as desigualdades regionais: fortalecimento da rede de atendimento e ampliação do acesso ao tratamento especializado.
A importância do esforço coletivo
Além das iniciativas do Instituto, Bianca reforça a necessidade de engajamento de toda a sociedade na luta contra o câncer infantojuvenil. “O câncer é a principal causa de morte entre crianças e adolescentes no Brasil. Precisamos de um esforço conjunto para garantir diagnóstico precoce e acesso igualitário ao tratamento, independentemente da região do país”, afirma.
O Instituto Ronald McDonald segue comprometido com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, com foco em saúde, bem-estar e redução das desigualdades no acesso ao tratamento. “Nosso objetivo é alcançar 80% de sobrevida no câncer infantojuvenil, transformando a jornada de milhares de crianças e adolescentes em histórias de superação”, conclui Bianca.
Por Redação Brazil Health