Oncologia
07 de Maio de 2025

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Maio Vermelho: Hepatites Virais Estão entre as Principais Causas do Câncer de Fígado

As hepatites B e C seguem como grandes vilãs silenciosas da saúde pública mundial — e o mês de maio, marcado pela campanha Maio Vermelho, reforça a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento dessas doenças. Estima-se que 354 milhões de pessoas vivam com uma das infecções, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Quando não tratadas, essas hepatites podem evoluir para cirrose e até câncer de fígado.

Alta mortalidade e diagnóstico tardio

O câncer de fígado é um dos tumores que mais crescem em incidência e mortalidade. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar 10.700 novos casos por ano entre 2023 e 2025. Já a American Cancer Society indica que a taxa de mortes pela doença dobrou desde 1980.

“O vírus B e o C são responsáveis por grande parte dos casos de câncer hepático no mundo”, afirma o oncologista Artur Rodrigues Ferreira, da Oncoclínicas&Co. “Esses vírus danificam o fígado ao longo do tempo, podendo levar à cirrose e, em estágios mais avançados, ao desenvolvimento de tumores”, explica.

Como ocorre a transmissão?

. relações sexuais sem preservativo

. compartilhamento de seringas e objetos cortantes

. transfusões de sangue não testadas

. contato com sangue contaminado

. durante o parto, da mãe para o bebê

A boa notícia é que a hepatite B pode ser prevenida com vacina, disponível gratuitamente pelo SUS. Já a hepatite C, apesar de não contar com imunização, tem cura em cerca de 90% dos casos com os novos tratamentos antivirais, também oferecidos pela rede pública.

Outros fatores de risco para o câncer de fígado:

. cirrose hepática

. doenças genéticas como hemocromatose e doença de Wilson

. consumo excessivo de álcool

. obesidade e diabetes

. doença hepática gordurosa não alcoólica

. exposição a alimentos contaminados com aflatoxinas (grãos e castanhas mal armazenados)

Tipos e sintomas do câncer hepático

O carcinoma hepatocelular (CHC), que se desenvolve a partir dos hepatócitos, é o tipo mais comum. Outros tipos incluem colangiocarcinoma, hepatoblastoma e angiossarcoma — estes dois últimos mais raros.

Na fase inicial, o câncer de fígado geralmente não apresenta sintomas. Quando aparecem, os sinais mais comuns são:

. perda de peso sem motivo aparente

. dor ou massa abdominal

. icterícia (pele e olhos amarelados)

. náusea e fadiga constante

. fezes esbranquiçadas

. inchaço abdominal (ascite)

Diagnóstico e tratamento

Por ser silencioso, o diagnóstico costuma acontecer em estágios mais avançados. Em pacientes com cirrose ou infecção crônica por hepatite B, o rastreamento com exames de imagem e sangue é essencial. O tratamento pode incluir:

. cirurgia para remoção do tumor

. transplante de fígado

. radioembolização e ablações

. imunoterapia e terapias-alvo

“O diagnóstico precoce ainda é o melhor caminho para melhorar as chances de cura”, reforça Artur Ferreira. O oncologista destaca a importância de campanhas de conscientização como o Maio Vermelho para frear as estatísticas da doença.

Por Redação Brazil Health

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