3 min de leitura
Maio Vermelho: Hepatites Virais Estão entre as Principais Causas do Câncer de Fígado
As hepatites B e C seguem como grandes vilãs silenciosas da saúde pública mundial — e o mês de maio, marcado pela campanha Maio Vermelho, reforça a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento dessas doenças. Estima-se que 354 milhões de pessoas vivam com uma das infecções, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Quando não tratadas, essas hepatites podem evoluir para cirrose e até câncer de fígado.
Alta mortalidade e diagnóstico tardio
O câncer de fígado é um dos tumores que mais crescem em incidência e mortalidade. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar 10.700 novos casos por ano entre 2023 e 2025. Já a American Cancer Society indica que a taxa de mortes pela doença dobrou desde 1980.
“O vírus B e o C são responsáveis por grande parte dos casos de câncer hepático no mundo”, afirma o oncologista Artur Rodrigues Ferreira, da Oncoclínicas&Co. “Esses vírus danificam o fígado ao longo do tempo, podendo levar à cirrose e, em estágios mais avançados, ao desenvolvimento de tumores”, explica.
Como ocorre a transmissão?
. relações sexuais sem preservativo
. compartilhamento de seringas e objetos cortantes
. transfusões de sangue não testadas
. contato com sangue contaminado
. durante o parto, da mãe para o bebê
A boa notícia é que a hepatite B pode ser prevenida com vacina, disponível gratuitamente pelo SUS. Já a hepatite C, apesar de não contar com imunização, tem cura em cerca de 90% dos casos com os novos tratamentos antivirais, também oferecidos pela rede pública.
Outros fatores de risco para o câncer de fígado:
. cirrose hepática
. doenças genéticas como hemocromatose e doença de Wilson
. consumo excessivo de álcool
. obesidade e diabetes
. doença hepática gordurosa não alcoólica
. exposição a alimentos contaminados com aflatoxinas (grãos e castanhas mal armazenados)
Tipos e sintomas do câncer hepático
O carcinoma hepatocelular (CHC), que se desenvolve a partir dos hepatócitos, é o tipo mais comum. Outros tipos incluem colangiocarcinoma, hepatoblastoma e angiossarcoma — estes dois últimos mais raros.
Na fase inicial, o câncer de fígado geralmente não apresenta sintomas. Quando aparecem, os sinais mais comuns são:
. perda de peso sem motivo aparente
. dor ou massa abdominal
. icterícia (pele e olhos amarelados)
. náusea e fadiga constante
. fezes esbranquiçadas
. inchaço abdominal (ascite)
Diagnóstico e tratamento
Por ser silencioso, o diagnóstico costuma acontecer em estágios mais avançados. Em pacientes com cirrose ou infecção crônica por hepatite B, o rastreamento com exames de imagem e sangue é essencial. O tratamento pode incluir:
. cirurgia para remoção do tumor
. transplante de fígado
. radioembolização e ablações
. imunoterapia e terapias-alvo
“O diagnóstico precoce ainda é o melhor caminho para melhorar as chances de cura”, reforça Artur Ferreira. O oncologista destaca a importância de campanhas de conscientização como o Maio Vermelho para frear as estatísticas da doença.
Por Redação Brazil Health