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Radioterapia em 5 Sessões Oferece Nova Esperança no Tratamento do Câncer de Próstata
A radioterapia ultrahipofracionada, realizada em apenas cinco sessões, está se consolidando como uma alternativa segura e eficaz para o tratamento do câncer de próstata localizado de baixo a intermediário risco. A conclusão vem do estudo PACE-A, apresentado no Encontro da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), durante o 16º Congresso Internacional de Uro-Oncologia, realizado em São Paulo.
O ensaio clínico de fase 3 comparou os resultados da radioterapia estereotáxica corpórea com a cirurgia robótica em 123 pacientes. Após dois anos de acompanhamento, a taxa de incontinência urinária foi de apenas 6,5% entre os que receberam radioterapia, contra 50% nos operados. Além disso, os pacientes submetidos à radioterapia relataram menor comprometimento da função sexual.
Mais eficácia com menos sessões
“O tratamento com cinco frações permite preservar a qualidade de vida e manter a eficácia oncológica, com menos impacto no cotidiano do paciente”, explica o radio-oncologista Elton Trigo Teixeira Leite, diretor científico da SBRT. Ele destaca que a nova abordagem reduz significativamente o número de visitas ao hospital, o que favorece a adesão ao tratamento.
Outro ponto debatido no congresso foi o uso do bloqueio androgênico como adjuvante à radioterapia, estratégia que aumenta a eficácia ao tornar as células tumorais mais sensíveis à radiação. No entanto, os efeitos colaterais do bloqueio hormonal exigem uma avaliação individualizada. “A decisão deve ser compartilhada entre médico e paciente, considerando riscos e benefícios”, afirma Elton.
Avanços em outros cânceres urológicos
A radioterapia estereotáxica também mostrou alto potencial no tratamento de tumores renais primários, especialmente em pacientes com rim único ou que não podem ser operados. Segundo o especialista, taxas de controle local próximas a 100% foram apresentadas em estudos recentes. A técnica ainda pode ser aplicada em metástases renais, retardando o início de terapias sistêmicas mais agressivas.
O tratamento conservador da bexiga com radioterapia e quimioterapia combinadas também ganhou destaque. Para pacientes com câncer músculo-invasivo, essa abordagem tem se mostrado eficaz e pode evitar a cistectomia radical. “É essencial que os pacientes estejam informados sobre essas alternativas e participem das decisões sobre seu tratamento”, finaliza Elton.
Por Redação Brazil Health