Ortopedia e Traumatologia
08 de Abril de 2025

2 min de leitura

Postura inadequada e excesso de peso nos treinos aumentam risco de lesões graves na coluna

O aumento do interesse por atividades físicas entre os brasileiros é uma boa notícia, mas também acende um alerta: treinar sem orientação profissional pode comprometer seriamente a saúde da coluna. De acordo com o ortopedista Dr. André Evaristo Marcondes, especialista em coluna do Hospital Sírio-Libanês, a má postura e a sobrecarga de peso nos exercícios estão entre as principais causas de dores lombares e lesões silenciosas.

Crescimento da prática, mas com riscos

Segundo dados do Vigitel (2006-2023), a frequência de adultos que praticam atividade física subiu de 30,3% para 40,6%, com destaque para mulheres entre 25 e 34 anos. No entanto, o crescimento também está associado à influência das redes sociais, onde muitos praticam treinos por conta própria, guiados por vídeos e dicas de influenciadores, sem considerar as especificidades do próprio corpo.

“O problema é que, mesmo sem sentir dor no momento, a execução errada de um exercício pode gerar danos progressivos à coluna”, explica Marcondes. Ele reforça que a postura durante o treino deve ser constantemente corrigida e monitorada por um profissional.

Coluna lombar e cervical são as mais vulneráveis

A região lombar, responsável por sustentar grande parte do peso do corpo, é a mais afetada. Quando mal trabalhada, pode levar à lombalgia, uma das queixas mais comuns nos consultórios. Já a cervical sofre especialmente com movimentos inadequados e sobrecarga. “Se a pessoa sente dor ao agachar, pular ou levantar peso, deve acender o sinal de alerta. Mesmo aquela dor muscular ‘normal’ pode ser sinal de exagero”, afirma o médico.

Tecnologia sim, mas com bom senso e orientação

Embora os aplicativos de treino e vídeos online sejam úteis, não substituem a avaliação de um profissional de saúde. “Muitos traumas na coluna não apresentam sintomas imediatos. Por isso, a avaliação prévia é indispensável, principalmente para identificar limitações e prevenir lesões”, alerta Marcondes.

O especialista ainda destaca que fatores como histórico de dor, sedentarismo, idade e condição física devem ser levados em conta antes de iniciar qualquer plano de treino. “O que funciona para um, pode ser prejudicial para outro. É preciso respeitar os limites do corpo.”

A recomendação é clara: se movimentar é essencial, mas sempre com responsabilidade e supervisão. O corpo agradece — e a coluna também.

Por Redação Brazil Health

Tags relacionadas: