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Uso excessivo de celulares provoca aumento alarmante de dores nas mãos em crianças e jovens
O crescimento acentuado no uso de dispositivos eletrônicos entre crianças e adolescentes está causando um aumento preocupante em casos de dores nas mãos, condição tradicionalmente associada aos adultos. Segundo dados recentes do Sistema Único de Saúde (SUS), foram registrados 10.688 atendimentos para tenossinovite e sinovite em jovens de 7 a 17 anos nos últimos cinco anos. Entre 2020 e 2024, esses casos aumentaram em 32,3%.
O fenômeno é impulsionado pela popularização dos celulares desde idades muito precoces. Um levantamento do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade de Informação (Cetic.br) apontou que atualmente 36% das crianças brasileiras entre 6 e 8 anos possuem celular próprio—o dobro do registrado há uma década.
Riscos reais do uso excessivo
Segundo o Dr. Rui Barros, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), embora não exista ainda uma comprovação científica robusta, o uso frequente e intenso das mãos para digitar, deslizar e segurar aparelhos eletrônicos pode sobrecarregar os tendões e músculos das mãos, resultando em inflamações, como tenossinovite e o chamado “dedo em gatilho”.
Entre os sintomas da tenossinovite, destacam-se dor ao mover os dedos, inchaço, sensibilidade ao toque e rigidez articular. Já o dedo em gatilho, normalmente mais frequente em adultos, tem apresentado um aumento alarmante entre crianças e adolescentes. De 2020 a 2024, o número de casos dessa condição praticamente dobrou no SUS, passando de 288 para 566 atendimentos anuais.
Estados com maior número de casos
São Paulo lidera as estatísticas nacionais com 3.400 casos registrados nos últimos cinco anos, seguido por Rio de Janeiro (1.591), Pará (1.245) e Minas Gerais (491).
Mudança de hábitos é essencial
O especialista ressalta que é fundamental que pais e responsáveis controlem o tempo que crianças passam utilizando dispositivos móveis e incentivem atividades que promovam o uso saudável e variado das mãos. “Esportes, brincadeiras ao ar livre e até mesmo a escrita manual são essenciais para estimular a musculatura das mãos e evitar sobrecargas que podem causar lesões permanentes”, orienta o médico.
Dr. Barros alerta ainda que os impactos dessas lesões podem ser duradouros e comprometer a qualidade de vida dos jovens no futuro. “É preciso conscientizar as famílias agora para evitar consequências mais graves adiante. Nossas mãos são fundamentais para todas as atividades do dia a dia”, conclui.
Por Redação Brazil Health