Otorrinolaringologia
27 de Fevereiro de 2025

4 min de leitura

Anosmia: Sintoma que Pode Indicar Problemas de Saúde Graves

Especialista alerta para possíveis causas da perda de olfato e a importância do diagnóstico precoce

O olfato é um dos sentidos mais subestimados, mas sua perda – chamada de anosmia – pode ser um alerta para problemas de saúde graves. Além de infecções respiratórias, como gripes, resfriados e COVID-19, a anosmia pode estar relacionada a doenças neurodegenerativas, traumas cranianos e até tumores nasais. Se a perda olfativa persistir por mais de algumas semanas, é essencial procurar um especialista para investigação.

O que pode causar a perda de olfato?

A anosmia ocorre quando há um bloqueio ou dano nas vias olfatórias, podendo ser causada por:

. Infecções virais – gripes, resfriados, COVID-19 e outras viroses respiratórias

. Sinusites crônicas e polipose nasal – inflamações persistentes que afetam o olfato

. Traumatismo craniano – lesões na cabeça podem comprometer as vias olfatórias

. Exposição a substâncias tóxicas – contato frequente com fumaça, poluentes e produtos químicos

. Doenças neurodegenerativas – Alzheimer e Parkinson podem ter a anosmia como sintoma precoce

. Tumores – formações na cavidade nasal podem afetar a percepção dos odores

Uma condição semelhante, mas menos grave, é a hiposmia, que é a redução parcial do olfato. A boa notícia é que, em muitos casos, essa perda pode ser revertida com tratamento.

Quando a perda de olfato é um sinal de alerta?

Segundo o otorrinolaringologista Deusdedit Brandão, da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), se a perda olfativa for repentina e acompanhada de sintomas como dor de cabeça intensa, sangramento nasal ou congestão persistente, um médico deve ser consultado imediatamente.

Se a anosmia persistir por mais de duas semanas, mesmo sem outros sintomas, também é importante buscar avaliação médica para investigar a causa e iniciar o tratamento adequado.

Impactos da anosmia na saúde e na qualidade de vida

Além da dificuldade em sentir cheiros, a perda do olfato pode afetar diversos aspectos do bem-estar:

. Segurança – dificulta a detecção de vazamentos de gás, fumaça e alimentos estragados

. Alimentação – reduz o apetite e pode levar à desnutrição

. Saúde mental – pode gerar isolamento social, ansiedade e até depressão

É possível recuperar o olfato?

O tratamento depende da causa. Para casos de obstrução nasal, como sinusites e pólipos, medicamentos e até cirurgias podem ser indicados. Já em infecções virais, a recuperação pode ocorrer de forma espontânea, mas em alguns casos, a reabilitação olfatória pode ser necessária.

O que é o treinamento olfatório?

É uma técnica eficaz para estimular a recuperação do olfato, onde o paciente é exposto repetidamente a diferentes cheiros, como óleos essenciais ou itens comuns do dia a dia, como tangerina, café e pasta de dente mentolada. É importante evitar substâncias irritantes, como álcool e produtos químicos fortes, que podem piorar o quadro.

Prevenção: como proteger o olfato?

Nem sempre a anosmia pode ser evitada, mas algumas medidas ajudam a reduzir os riscos:

. Tratar sinusites e alergias corretamente

. Evitar exposição a substâncias tóxicas e fumaça de cigarro

. Usar equipamentos de proteção em atividades de risco para evitar traumas cranianos

. Manter uma alimentação equilibrada e boa hidratação

. Procurar um médico ao primeiro sinal de perda olfativa prolongada

Para quem já sofre com anosmia, algumas adaptações são necessárias no dia a dia, como usar detectores de gás e fumaça e pedir ajuda para avaliar a qualidade dos alimentos antes do consumo.

A perda do olfato pode ser passageira ou indicar problemas mais sérios. O mais importante é não ignorar os sinais do corpo e buscar ajuda médica para um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz.

Por Redação Brazil Health

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