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Einstein será centro de referência em estudo global sobre síndrome de Down
O Hospital Israelita Albert Einstein foi escolhido para integrar um dos maiores projetos globais de pesquisa sobre síndrome de Down (SD). A iniciativa faz parte do Projeto Trissoma Humano - América Latina (HTP - LAN), financiado pelo National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, e integra o Programa de Desenvolvimento de Coorte de Síndrome de Down (DS-CDP).
Com um investimento total de US$ 20 milhões, o estudo busca criar uma plataforma de dados que permitirá entender melhor os impactos da SD na saúde ao longo da vida. Na fase inicial, que cobrirá os dois primeiros anos, o financiamento para a rede HTP - LAN será de US$ 2,7 milhões. Além do NIH, o projeto conta com o apoio da Global Down Syndrome Foundation (GLOBAL), da Anna and John J. Sie Foundation e da University of Colorado School of Medicine.
A síndrome de Down ocorre devido à presença de um cromossomo 21 extra, trazendo tanto vulnerabilidades quanto proteções naturais contra determinadas doenças. O estudo pretende mapear as condições clínicas da população com SD, considerando fatores como diversidade étnica, alimentação, aspectos socioeconômicos e ambientais.
No Brasil, o Projeto Trissoma Humano será liderado pela Dra. Ana Claudia Brandão, médica do Centro de Especialidades Pediátricas do Einstein, e pela pesquisadora visitante do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa, Bruna Lancia Zamperi, PhD. Outros países da América Latina, como México, Colômbia, Argentina e Chile, também participarão, com apoio adicional à Venezuela e Bolívia.
“Esta é uma oportunidade única para fortalecer a pesquisa sobre síndrome de Down no Brasil, ampliando o conhecimento sobre os desafios e as necessidades dessa população. Com a colaboração de centros de excelência, poderemos desenvolver intervenções que realmente façam a diferença na qualidade de vida das pessoas com SD”, afirma Dra. Ana Claudia.
Todos os centros envolvidos seguirão um protocolo comum de caracterização clínica e coleta de material biológico. O objetivo é definir perfis clínicos e de neurodesenvolvimento da população latina com SD e conduzir estudos multiômicos – abordagens genéticas e biológicas integradas – que ajudem a aprimorar diagnósticos e tratamentos.
A presidente da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD), Cléo Bohn de Lima, destaca a importância da iniciativa para a inclusão social. “A pesquisa científica, aliada ao trabalho de profissionais de saúde e educadores, é essencial para garantir que pessoas com síndrome de Down tenham acesso a uma vida plena e independente”, conclui.
Por Redação Brazil Health