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Parto Humanizado com Segurança: Como Equilibrar Acolhimento e Técnica Médica
A neonatologista Dra. Letícia Correa, com quase duas décadas de experiência em partos em grandes hospitais de São Paulo, observa mudanças significativas na dinâmica dos nascimentos nos últimos anos. Segundo ela, debates sobre partos humanizados, muitas vezes associados ao naturalismo, não podem ignorar a importância da presença de equipes médicas treinadas para garantir a segurança da mãe e do bebê, especialmente em situações de emergência.
“Humanização não se contrapõe à medicina. Elas devem estar integradas, sempre com base em evidências científicas e profissionais tecnicamente preparados”, afirma a médica. Ela destaca a importância do chamado golden minute, o primeiro minuto após o nascimento, crucial para intervenções que podem salvar vidas em casos de dificuldades respiratórias.
Dados da Sociedade Brasileira de Neonatologia indicam que 10% dos recém-nascidos precisam de auxílio para iniciar a respiração, sendo a reanimação uma tarefa que exige treinamento especializado. “O acolhimento é essencial, mas não substitui o conhecimento técnico. Empatia sem preparo técnico não garante segurança”, reforça Dra. Letícia.
O Brasil tem visto uma redução nas taxas de cesáreas — de 92% há uma década para 70% atualmente — em parte devido à legislação que proíbe cesáreas eletivas antes de 39 semanas de gestação. Esse cenário impulsionou o aumento dos partos naturais, mas Dra. Letícia alerta para a necessidade de um debate mais responsável: “O nascimento é um momento decisivo, e segurança deve ser prioridade. Os primeiros dias de vida podem definir a saúde futura do bebê”.
Para a neonatologista, o desafio é encontrar o equilíbrio entre práticas humanizadas e a assistência médica qualificada, garantindo um parto seguro e respeitoso para mães e bebês.
Por Redação Brazil Health