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Uso Excessivo de Telas Pode Prejudicar o Cérebro das Crianças, Alerta Neuropediatra
O tempo cada vez maior que crianças passam diante de celulares, tablets e videogames tem levantado um sinal de alerta entre especialistas em saúde infantil. O uso excessivo de telas pode afetar o desenvolvimento neurológico de forma significativa, interferindo em áreas como cognição, comportamento, sono e até o desenvolvimento motor.
De acordo com o neuropediatra Paulo Scatulin Gerritsen Plaggert, o cérebro infantil precisa de estímulos reais e interações humanas para se desenvolver plenamente. “Brincar, conversar e explorar o mundo físico são atividades fundamentais na infância. Quando esses momentos são substituídos pelas telas, o desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais pode ser prejudicado”, explica.
Sinais de alerta no desenvolvimento infantil
Segundo uma pesquisa do Ministério da Saúde em parceria com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, cerca de um terço das crianças de até 5 anos no Brasil passam mais de duas horas por dia em frente a telas — tempo considerado excessivo por especialistas. Essa exposição prolongada pode gerar:
. Atraso na fala e na linguagem
. Déficit de atenção e problemas de memória
. Dificuldade de socialização e controle emocional
. Ansiedade, depressão e baixa autoestima
. Problemas no sono e na visão
. Risco aumentado de obesidade
. Redução da criatividade e imaginação
O neuropediatra alerta ainda para o risco do cyberbullying e o impacto da comparação com padrões irreais nas redes sociais, que podem afetar profundamente a autoestima das crianças e adolescentes.
Tecnologia não é vilã — o problema é o excesso
Plaggert ressalta que o uso de telas não precisa ser completamente eliminado, mas sim equilibrado. “Dispositivos digitais podem ser grandes aliados da educação e do entretenimento, desde que usados com critério e moderação”, afirma.
Dicas para um uso saudável das telas
. Limite o tempo de tela, especialmente em crianças menores de 2 anos
. Incentive brincadeiras criativas, leitura e atividades físicas
. Dê o exemplo, reduzindo seu próprio tempo conectado
. Supervise o conteúdo acessado pelas crianças
. Crie momentos “offline” em família, como nas refeições e passeios
“Os pais e educadores têm um papel crucial na construção de hábitos saudáveis. O ambiente familiar e social deve oferecer estímulos diversos e positivos, que favoreçam um desenvolvimento pleno e equilibrado”, conclui o especialista.
Por Redação Brazil Health