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Brasil Ainda Está Longe de Erradicar a Tuberculose, Alerta Especialista
País deve registrar aumento dos casos até 2030; pneumologista reforça importância da prevenção e diagnóstico precoce.
Embora prevenível e curável, a tuberculose permanece como uma das doenças infecciosas mais fatais do mundo, e o Brasil está longe de alcançar as metas de eliminação definidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com recente levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em 2023, o país registrou uma taxa de 39,8 casos por 100 mil habitantes. As projeções são ainda mais preocupantes: até 2030, a incidência pode subir para 42,1 casos a cada 100 mil pessoas.
Para o pneumologista Guylherme Saraiva, esse cenário decorre de uma combinação de fatores sociais, sanitários e estruturais, intensificados pela pandemia da Covid-19. “Houve interrupção dos serviços básicos de saúde, subnotificação de casos e redirecionamento de recursos, o que dificultou a prevenção e o controle efetivo da doença”, explica.
A OMS lançou para este ano a campanha global “Sim! Podemos acabar com a tuberculose”, buscando conscientizar sobre a necessidade de retomada dos esforços para erradicar a doença até 2035. Contudo, segundo o especialista, ainda existem desafios significativos, como desigualdade no acesso à saúde, populações vulneráveis e subdiagnóstico.
Como identificar a tuberculose?
A tuberculose é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, conhecida como bacilo de Koch, afetando principalmente os pulmões (forma pulmonar). Os principais sintomas são:
⦁ Tosse persistente por mais de duas semanas
⦁ Tosse com presença de sangue
⦁ Febre ao final da tarde
⦁ Perda de peso acentuada
⦁ Suor noturno excessivo
A transmissão ocorre pelas partículas liberadas durante a tosse de pessoas infectadas. Ambientes fechados, aglomerados e com pouca ventilação facilitam o contágio. O uso de máscaras é fundamental na prevenção, assim como a vacina BCG, aplicada ao nascimento, que protege contra formas graves da doença.
Grupos vulneráveis
Populações como portadores do vírus HIV, moradores de rua e pessoas privadas de liberdade são mais vulneráveis devido à baixa imunidade e às condições precárias de vida. Outro grupo de risco destacado pelo médico são os pacientes com diabetes, que têm entre duas a três vezes mais chances de desenvolver tuberculose, além de maior dificuldade no tratamento.
Tratamento acessível e eficaz
Segundo Guylherme Saraiva, o tratamento é feito com medicação oral durante seis meses e está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Os avanços tecnológicos facilitam o diagnóstico precoce e aumentam as chances de cura, mas ainda é essencial buscar atendimento assim que surgirem sintomas”, reforça o especialista.
A conscientização sobre sintomas, prevenção e diagnóstico precoce ainda é o melhor caminho para combater a tuberculose no Brasil. “Precisamos atuar de forma mais ampla para atingir a meta de erradicação, e isso inclui melhorar o acesso à saúde e intensificar as campanhas educativas”, conclui o médico.
Por Redação Brazil Health